Paulo Beto - Vagalumedisse
Paroles traduites de Paulo Beto - Vagalumedisse en
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- Publié 2024-04-04 00:00:00
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- Paulo Beto
- Vagalumedisse
- Traduction par: panzas
Vagalumedisse
Querem podar seu canto
Lhe revender na feira
Na rinha deu-se o espanto
Por tanto ser quem eras
Um animal, um santo
Um tanto pai da terra
Querem matar-lhe moço (com seus tipos e tamanhos)
Alçar-lhe num cargueiro (seus jeitos, seus defeitos)
Pintar seu corpo todo
E te lançar na tela
Feito um milagre torto
Um romance morno (foi tu gemer num canto)
Movido a manivela, mantido por tabela (ele gozar na rede)
E não se sabe mais
O que fazer de nós
Um vagalume disse
Que o homem ia se acabar a sós
Na lancinante toada arrota a rua, venera a lira
Vomita a fábrica sua ode à espada, vegeta a vida
Sob a floresta, avessa ao verso, presa ao limbo do obvio
Qual arrojo disputa num indulgente desejo
Qual sílaba nua num tântrico tédio
A tática hominis 'in loco' decanta
De tanto que a ordem mal paga, venera
Qual vento, a moeda moeu toda a dança
E foi-se quase tudo virar fingimento
Cidade, cimento, produto, palavra
Em ordem seguimos, sentados seguimos, sedados
Seguindo os seguidos, a míngua da besta
A margem do abismo, amando amarrado
Gemendo algemado em pleno verão de dois mil quatrocentos e trinta
E sete mil novecentos e cinquenta e sete
Sangrando adestrado enquanto o ovo canta um milagre
Aos olhos carentes de sua mãe, aos olhos inocentes
De um boi abatido
E não se sabe mais
O que fazer aqui
Ouvir um velho rock
Dançar com a morte
E com você fugir
A gente vai levando a gente nas costas há tempos
A gente vai enquanto houver respeito
Pelo nada, pelo novo, como ao universo todo
Torto, pelo outro que é você e pelo que não dá pra ver
Que tudo é tão bonito e tão finito
Enquanto nasce um grilo, morre o filho do mosquito
E a formiga também sente, como o bicho que mente
Eu não vivo sem você
E não se sabe mais
O que fazer de nós
Um vagalume disse
Que o homem ia se apagar a sós
Pedro que amava ana
Que amava joana e diz que amar varia
E amava lia
Mas se casou com o juízo
E foi morrer de cidade
Em plena saudade grande diz que aprendeu com Maria
Que amar lhe valia e o livraria da doce pena
De estar preso aqui, andando pelo mercado
Piscando pro vento, ao solo fincado, perdendo pro tempo
Que esmaga a cria, que era a dona da alegria que os unia
A tão pouco tempo
Mas ninguém reparou que ele estava ali
Ela estava ali mas ninguém reparou
O tempo passou, e ele ainda estava ali
Mas ninguém reparou que tava tudo aí
Seu corpo assou, seu tempo passou
E ele ainda estava ali, e eu profetizei
Tomara que talvez
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