Original
A quem possa interessar, eu vim falar
De coisa séria, honra, virtude
Tristeza, miséria, eu trago a realidade
Como prato principal, o menu é ácido
E os fraco passa mal, quem por escolha
Pega o Mic pra fazer vergonha
Cansei de rap que só fala de mina e maconha
Crise de adolescente, no rap, ó os tema
O pai da mina não me curte
Porque eu sou problema, da licença
Que eu sou homem no bagulho
Conteúdo aqui é mato e mata
Rap ruim, tem que fazer valer os Beats
Parceiro, views no YouTube não te faz
Ser verdadeiro, da pra ver uma festa
De rap de longe, mas não vê o palco
Porque a fumaça esconde, que vergonha
Vou voltar com minha família
Vamo embora, pra não morrer
De asfixia, saudade quando a rebeldia
Tinha causa, os boys se apavorava
E as calças era larga, infelizmente
Regredimos a esse ponto
A música é de graça e o boné
Dozentos conto
Não me leve a mal
Não me leve a mal
Original, rap nacional
No fundo às vezes até vem as perguntas
Porque? Se tudo tá zoado
Continuar nisso pra que?
Falar de educação, de princípio cristão
Num movimento atolado em ostentação
Então porque continuar nessa de fazer rap
Se até na quebrada é o funk o som
Dos pivete, não tem explicação
Também eu nem preciso, é sobre o pão
Que me alimenta e o ar que eu respiro
Cê não vai entender, não é fama
Nem cachê, minha razão vai bem além
De todos os seus porquês
Num é sobre fazer fortuna, é sobre
Fazer falta, rimas que sejam sempre
Assunto relevante em pauta
Prossigo sem pausa, pra descansar depois
Cautela pra não por o carro
Na frente dos bois, cada qual
Cada qual, cada coisa ao seu tempo
Cada rima absorvida, menos sofrimento
Pra fazer dos improváveis, a bola da vez
Da voz a quem não tem voz, como
Jesus fez, isso não é ser swag
Isso não é ter swing, esse é o rap
Antes disso tudo acredite
Não me leve a mal
Não me leve a mal
Original, rap nacional
Pra quem antes provava pro mundo
Que era capaz, agora só quer provar
Um pro outro e nada mais
Não tem mais aprendiz, todo mundo
É mestre, não tem mais público
Hoje todo mundo faz rap
A competição aparece num processo
Natural, o mercado aquece
E o coração vai a baixo de zero grau
Quem antes era irmão, hoje passa
Ser rival, tipo crianças, brincando
Sozinhas em seu quintal, cada um
No seu corre, no seu rap, na sua rima
Humildade deixou de ser atitude
Hoje é só gíria, que sai da boca
Sem pensar no peso do que é dito
Frases de efeito, sem efeito mas
Que geram gritos, bem mais profissional
Bem menos verdadeiro, gostam da causa
Mas amam Memo é o dinheiro
E o chamado agora tá mais ligado
A business, quanto se ganha em cada
Verso em cima dos Beats
Antes não, era outra a preocupação
Cê os manos ia entender
Se ia cumprir a missão, transmissão
De sonhos na transpiração
Quando público não era número
Eram irmãos
Não me leve a mal
Não me leve a mal
Original, rap nacional
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