Mesmo que eu passe, que não sobrevivam os sonhos
Quem sabe só um pouquinho de mim estará em ti
E nesse barco que te carrego com meus planos
Não há um porto ou um caminho a seguir

Me entreguei
Me envaideci em seu olhar
Mas não me basta acreditar que estarei perto de ti</

Gritei um verso, não exato
Perdendo a métrica, o compasso com notas imprecisas
Ecos à toa, solidão
Gestos findos, dimensão do irreal do impossível

Um ser calado a espera de teu cheiro
Corte imperfeito na relação do indivíduo com a suma solidão

Me vi reflexo no teu ato

Agora entendo o por que dos meus olhos não terem mais brilho
O que enxergo ninguém vê
Tenho fome, sinto frio

Quem sabe mais uma dose acabaria com esse meu vicio
Já me entreguei a sorte, a própria morte
Seria esse meu fim?

Eu te quero, mas você não precisa saber
O

Hoje acordei com um descompasso no peito
Que me enclausura, fez me acorrentar
No desamparo, meio sonolento
Perigo, vertigem de acordar outra vez
Acordar outra vez, talvez, não sei

As paredes, os fatos tão sufocantes
O cristo e a estante no mesmo lugar
Passos atados

Vai
Eu sei, não volto atrás daquilo que já sei de cor
Daquilo que não sei de cor
Vai
Mas me espere um pouquinho mais
No outro cômodo já desconstruí
Tudo aquilo que jamais posso me entregar

Vai
Eu sei, não volto atrás daquilo que já sei de cor
Daquilo que não

Por um momento foi como fugir de uma prisão que eu queria estar
Sob tuas mãos não pude ficar
Como presente um beijo vou te negar

Vindo do céu, vermelho e claro como o dia, amanheceu você e eu
Mas em meu corpo passou um trem que separou minhas ideias
E planos que eu tinha pr