[Instrumental]

Ouvir no vento, a voz do mar
Chão de folhas andou
Num voo raso sonhador
De cipó em cipó
Pé de quatá manhã voar
O som faz o lugar
Vou me espalhar na poeira do sol
Esticar o arco-íris flechar umbu
Vou me esconder na fumaça do mar
Esticar o arco-íris flechar muã<

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o matinta pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira

Alfazema
Pelos jardins eu corro vindo
Pelos jardins eu corro rindo
E nas janelas, vasos brancos
De porcelana

Trazem mortas
Todas as rosas amarelas
Todas colheitas de outras eras
No longo curso

Alfazema
Na primavera vem surgindo
Eu me levando a camp

Vão-se os dias entre nós
Um rio freme à foz
Sem antes nem depois

Levam e trazem histórias
Circuntristezas de risos
Florados por sombras
Clareiras e brisas molhadas de sol

Vão-se as noites entre nós
A estrela arde além
Pra nos velar depois

Levam e tra

Nenhum espanto sinto agora
Onde insone
Percorro o tempo da memória
Hoje onde

Nenhum espanto sinto agora
Onde insone
A tua imagem como um sonho
Vindo longe

Em que ausência que te encontras
Em que jardim a me esperar
Que pedra ou muro em que descansas

Lúcifer – vésper: Beleza e amor
Bailam no céu
Lançam- se ao mar
Morrem de amar!

Corpos colados dançam cegos de paixão
Gemem e tremem pra não ver sua solidão
Enamorados de desejos e ardor
Giram tragados no mergulho deste amor

O ausente em mim perde você neste s

Tem pena de mim
Ouve só meus ais
Que eu não posso mais
Tem pena de mim

Quando o dia está bonito
Ainda a gente se distrai
Mas que triste de repente
Quando o véu da noite cai
Aqui fora está tão frio
E lá dentro está também
Não há tempo mais vazio
Do qu

Manhã de giz, desenho aqui
Um coração, alguém feliz
Cidade em vão, vou sem pensar
Habituado ao seu lugar

Flor da paixão, planta e raiz
Água do sol, que molha o chão
Refaz em luz, o seu olhar
O meu caminho em sua mão

Ah! Meu amor como é triste andar sozinho

Era uma estrada de vidro no ar
De onde pus-me a debruçar
Rio de vinho ou de sangue a passar
Indo a caminho do mar

Filhos e folhas na muda manhã
Onde soluça o silencio
Sono na velha cidade brilhante
Vira o tempo uma pedra
Vira uma pedra o tempo

Onde encontr

Ele nunca olhou pelos veios da pedra
Que o muro do porto esconde navios
Ele nunca enfrentava o sol da manhã - essa faca de ferro enfiada na cara

Ele nunca sonhou com as coisas da terra
Como se essas montanhas saíssem do nada
No silencio do campo molhado de sol - essa faca d

Cheguei
Depois que o sol morreu no azul
Te achei como um rastro
Sem destino algum

Os pesos em nós desfazem-se em pó
Só

Se abriu
Do escuro abismo
Esse amor
E a luz invadiu todo breu desta dor

Nem antes nem após
O tempo agora em nós
E além

Meus olhos cansados procuram
Descanso no verde do mar
Como eu procurei em você
O descanso que a vida não dá

Seria talvez bem mais fácil
Deixar a corrente levar
Quem sabe no fundo eu quizesse
Que tu me viesses salvar

Depois lá no alto das nuvens
Você me ens

Terra, nas unhas verdes
Olhos de um escuro sol
Veias que sangram
Como goteiras enlouquecidas

Nervos de palha seca
Dentes de corda e pau
E um arco-íris feito de fome
No céu da boca

Cinzas da eterna falta
Flautas de solidão
Agulhas rudes cravando esperas

Se eu pudesse por um dia
Esse amor, essa alegria
Eu te juro, te daria
Se pudesse esse amor todo dia
Chega perto, vem sem medo
Chega mais meu coração
Vem ouvir esse segredo
Escondido num choro canção
Se soubesses como eu gosto
Do teu cheiro, teu jeito de flor

Ouvi dizer que um velejador
Veio a saber que não iria mais viver
Vão monções de chuvas, secas, mudas de estações
Sabor, aroma e amor curando o medo e dor
Relógio tão fugaz
Mas luz de células, portais, moléculas e sais
História de poções em noites ancestrais

Marujo c

Jaebé, enamorado
Foi levar seu coração
E chegou pro pai da índia
Pedindo sua permissão

A mais linda em toda tribo
Pés e braços de emoção
Dançou no chão da floresta
A canção

Todo o amor mais bonito
É um segredo pra encorajar
Que o joão de barro
Desc

Tuas palavras antigas
Deixei-as todas, deixei-as
Junto com as minhas cantigas
Desenhadas nas areias

Tantos sóis e tantas luas
Brilharam sobre essas linhas
Das palavras que eram tuas
Das cantigas que eram minhas

O mar- de língua sonora
Sabe o presente e o p

Nina
Quando o sol ainda
Lá do mar da china
Intuiu teu ser
Vinham
Risos das colinas
De paris a minas
Todos pra te ver

Sabe
Mesmo a dor da sina
Teu amor ensina
Como bem querer

Olha
Como o mundo corre
Entre sóis e chuvas
Num cordão sem

Acreditar
Há existência dourada do sol
Mesmo que em plena boca
Nos bata o açoite contínuo da noite

Arrebentar
A corrente que envolve o amanhã
Despertar as espadas
Varrer as esfinges das encruzilhadas

Todo esse tempo
Foi igual a dormir num navio
Sem faz