Eu quero ver a sua oitava dedilhar
Bem no compasso desse ritmo vibrar
Chora a sanfona até o dia amanhecer
E faz o fole se ofegar até tremer

Eu quero dizer com esse forró
Que eu quero viver e nunca mais só
Eu quero sentir bem lá no gogó
A oitava cantar numa nota só

Com o giz de cera escrevi seu nome
Nessa folha de papel cortado cor marfim
Com essa pedra pome desenhei seu nome
Na areia e o mar não pôde apagar

Histórias do nosso passado
Ficaram no papel marcado
Foi o coração que avisou
É o coração que manda
E a vida me ensin

O céu azul e o horizonte
E o amarelo das nuvens
É um arco-íris pra alma
E pra minha íris a paz

Numa aquarela de luz e cor
Na melodia do amor
Mãe natureza fazendo sua arte
Pintando luz e harmonia

Quero morar é nesse pôr do Sol, pôr do Sol, pôr do Sol
Sentir

É o maracatu, é o afoxé
É o coco-de-roda, reisado e tem boi de pindaré
Onde tem nordeste, é de norte a sul
Vai levando a todos a alegria do céu azul

E eu vou cantar e o nordeste a me inspirar
E eu vou dançar e o nordeste a me embalar

Ô, ô, ô, zabumba sim
Ô, ô, ô,

Estava o Sol do meio dia a me esquentar
E eu aqui mesmo nessa estrada a me encontrar
E caminhando a pé descalço sem me preocupar
Esqueço o tempo, esqueço o mundo vou me animar

Hoje eu sou o rei do sertão
Ninguém segura a minha vida eu que vou comandar
Hoje eu sou o rei

Tem um gato, um gato da noite
Bichano arretado é um caçador
Esse gato fica escondido
Passeia no escuro, namorador

Ele entra furtivo pelo muro e vai
Pela noite com seu miau
A sua presença faz o cão olhar
E latir e uivar

Os morcegos que passam pela noite
Faz