Beatriz Da Conceição - Balada Das Mãos Ausentes
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- Published 2024-05-03 00:00:00
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- Beatriz Da Conceição
- Balada Das Mãos Ausentes
- Translation by: panzas
Balada Das Mãos Ausentes
Este poema, quisera que fosse grito
Para lá do infinito, além do tempo
Que o próprio vento o levasse em seu rumor
Como mensagem de amor, este poema
Que minha voz fosse a voz da própria terra
Ecoando de serra em serra gritos de paz
Gestos de pão sagrados são, gestos de amor
Por cada um nasce uma flor em cada mão
Semi-deuses conquistam a lua
Outros planetas, todo o universo
E na terra, tu, criança nua
Que triste vegetas sem pão e sem berço
E às mãos que trocaram arados
E gestos sagrados de redes e remos
Por gestos de morte, blasfemo
Gritarei no meu fado, o herói está errado
Quisera ser a força do mar revolto
Neste grito que ora solto em alta voz
E que esse canto fosse a voz de todos vós
O pranto do vosso pranto, quisera ser
Para dizer; mão sublimes, mãos ausentes
Na distância das sementes, voltem à terra
Ela vos quer de novo no seio sagrado
Pois há lamentos de prado na voz da terra
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