Querendo querer queria
Maria quisera ter
A noite amanhã o dia morrendo
Morrendo de amanhecer

Pudera quisera ser
O vento solto de amor
A tarde que entardecia sorrindo
Sorrindo como uma flor

Mas pra onde eu vou
Se o caminho é tomado
De susto e de medo

Verdade, nem todo mundo afina comigo
Depende de como alguém arma o circo
Da veia boa, da ocasião

Verdade, se não existe afinidade
Nenhuma voz tem sonoridade
E soa triste sem afinação

Mas se há afinidade
Um fio leve de amizade
Qualquer palavra tem o valor
D

Eu sei que existe por aí
Uma andorinha solta
Procurando um verão que se perdeu no tempo

Cansou de ser herói do espaço
E quer a companhia de outros pássaros
É que o seu coração de ave
Não agüenta tanta solidão

Eu sei que eu ando por aí
Sou andorinha solta
E

Eu vou te mandar
Um pedaço de luar
E uma cesta
De palavras e sonhos

Quero te falar
Da clareza da manhã
E no mais
Só um toque
En passant

Estamos fritos
No calor do verão
Estamos firmes
Vai mudando de estação
Estamos quase
A dizer como se

Eu queria dar um beijo insosso
Misturado com areia do mar (de lá)

Não que eu quisesse assim
Não que fosse de outro jeito
É que amar é tão bonito
Que sustenta tudo
Eu fico satisfeito

Não que eu tivesse ou não
Decisão na minha boca
Esse Sol na sua boca
E

Quando amanhã
O dia for tarde
E o tempo que arde
Ferir meu amor
Que o rio não chore
Você não demore
Me banhe com seu sabor

Se é lindo agora
Se chove lá fora
E a chuva que molha
Inda não secou
Mas deixou semente
Na pele da gente
Vai nascer cal

Borboleta branca
Palidez de amor traído
Teu voar descolorido
Deu de pousar sobre mim

Tua nudez é transparente e seduz
Um arco-íris sem luz
Entre as flores do jardim
Claro voar
Na tua ausente viagem
És invisível miragem
De um sonho que não tem fim

É

Ah, bonita que faz chorar
Limpa, dá vontade de macular-te
Ah, não tem juízo
Tu não tens dono
Nasceste sol
Tens teus satélites, constantes
Teus inconstantes habitantes

Parece que ninguém nasceu
Pra te habitar
Parece que ninguém nasceu

Um passarinho me disse o caminho do teu coração
E nem vi que suas penas eram penas de amor
Hoje o meu grito é o canto bonito que dele aprendi
A água da fonte lavando seu bico
Deixando seu canto molhado de dor

Pedra rachada
Poeira da estrada
No brilho do Sol
E eu

Se eu tivesse uma viola prateada
Que fosse assim como a sanfona de Gonzaga
Tocava tudo que mandasse
O meu coração
Xote, pagode e baião

Dançar coração
Não desapareça
O Sol do nordeste me fez a cabeça

Se eu tivesse um chapéu todo enfeitado
Cheio de fitas e d

Faz silêncio aí
(Moça)
Deixa eu morrer

Faz silêncio aí
(Moça)
Deixa eu sumir

Cada gesto meu
Mais parece um grito
Deixa eu mergulhar
Na garganta do vulcão aflito

Moça
Deixa comigo
Que eu sei morrer bonito

O amor é uma emoção divina
Faça dele uma canção de esquina
E transforme cada beijo
Cada queixa
Em paixão
Se eu não der meu coração é sina
Pois não dar o coração ensina
Que os beijos como as queixas
São as deixas pro perdão

Por amor eu serei (será)
Uma es

Estou de volta
Na brisa da estrada
A boca da noite calada no ar
O vento bem leve
De tão acanhado
Um frio danado
Cortando o luar

Juro que fico morrendo de medo
De não chegar cedo
De nunca chegar
Nos braços de quem me espera
Nos braços do meu amor

<

O orvalho da noite
Brinca na luz do luar
Quem acredita em sereia
Sabe os segredos do mar

A cachoeira cantando
É a canção natural
Sempre lembrando pra gente
Que amar nunca faz mal

Teu amor é cebola cortada meu bem
Que logo me faz chorar
Teu amor é espin

Quando chover na sua casa
Pode ser as minhas lágrimas caindo
Como eu caí dos teus braços
Maduro e machucado

Eu não sei dançar direito
Por não ter o corpo torto
Eu só não vivo satisfeito
Por ser quieto como um morto

Eu não vou morrer sem vê-las
Reluzentes,

Eu me conheço
Eu não me arrisco
Eu não mereço ficar longe
Da Chapada do Corisco

É que a cidade é verde
É que ela me amadurece
É que eu vim de lá menino
Vê nada me acontece

Quem sabe o que quer
Fuma qualquer cigarro
Traça qualquer pinga
Tira qualque

Ah meu coração que não entende
O compasso do meu pensamento
O pensamento se protege
E o coração se entrega inteiro sem razão

Se o pensamento foge dela
O coração a busca, aflito
E o corpo todo sai tremendo
Massacrado e ferido no conflito

O amor também tem aspereza
Faz chorar
Toda brisa que me beija
Vem de lá
Quando se parte de um lugar
Sem querer
Parte-se um pouco de tudo
Fica-se um pouco por lá

Tão nordestino é o desatino
De sonhar
De construir casa e destino
Sem morar
Tão carre

A vida tá correta reta
A vida tá correndo rindo
A coisa tá roendo sendo
O tempo tá ruindo findo
Eu vou me equilibrando brando
E o tempo vai passando quando
Eu tô comigo, ando

Porque o dia a dia trama
E tece sempre o mesmo drama
O amor que a gente ama
Vai