Eu vou voar, eu vou
Pra debaixo daquele plumado eu vou!
No meu cavalo verde e alado eu tô
Numa nuvem com mil pavilhões
Num contexto de mil palavrões
Como surf em todos sertões

Viajando, sonhando no mangue
Ou no cajueiro que me acompanhou
Venho hoje pensar no di

Fui tomar uma cana, no bar do Beto com o meu sogro
Encontramos o Branco, ele já tava meio torto
Beto pegou a viola, Vando tocou de tudo um pouco
Teve pedido de bêbado, de velho, de bamba
O som tava muito louco
Passou um carro importado, o Branco não viu
Atropelou o Branco

Imagina você meu irmão invadindo um quilombo
Transando e trazendo oferendas do pouco que somos
Os arcanjos sorrindo, brilhando seus olhos de pódio
Que outrora ofuscados, furados de amor e ódio
Quanta imperfeição eu contemplei com meus olhos
Senti dor, clamei, chorei
Me vi

Peguei um clandestino e vim parar na capital capitalista neural
Já com as malas, cuca feita, trinta conto e medo de um lapial
São nove horas mas o céu cinzento, lembra o juízo final
Todo o cansaço de três dias, pego um careta e já tá tudo normal
Pra quem nunca me ouviu falar

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Como nasce uma deusa?
O roteiro de um sorrir
Do caos nasce uma certeza
A vida que está por vir

No chão da sala um ninho, um calor
A falta preenchida por amor

Eu me lembro de você
Alegrias e sofrer
E o presente que nasceu
E nos fez feliz, fez feliz

Num coração de palhaço
Guarda-se a magoa de um lago
Fere-se a ira do mato
Solta-se todo sofrer

Por todos momentos que fingi viver
Por todos sorrisos que um dia te proporcionei

E você acreditou que eu era feliz
Todas travessuras do palco eu fiz
Um complexo bara

Tocando violão vi você passar
Sorrindo e cantando as mesmas musicas
Com olhos que traduzem a ternura
E me faz viver, me faz morrer, me faz sonhar
Com tudo que não tenho e quero
Um calor sincero e terno
De quem esteve longe há mais de séculos
Mas sempre esteve no meu p

Pra não ter sonhos grandes é melhor nem dormir
Como diria o velho e sábio professor
O meu psiquiatra me alertou
Poesia sem loucura é sem valor

Me mostra um card colorido, bom vocabulário
Dizendo certas coisas que me tiram do armário
Como chegar ao céu sem queimar no inf

Há tempos que não falo o que realmente penso
Há tempos que nem mesmo o sol pode aquecer esse gélido mar senil
Pode encorajar minha trépida vontade de fugir, de fugir, de fugir
Fugir de que? Meu cromossomo não soube me dizer
Fugir pra ver se em outro planeta tudo está sol
Cami

Sentado com a dona dos meus planos
Sentado a olhar o céu que chora
Chora resfriado, enfermo, carente de amor
A história do homo sapiens, filme de terror

O céu enfurecido vomita raios
Pra que olhar pro céu?
A pequenez é o palco
Ostentação barata vibra um simples mort

A mente preenchida com uma cefaleia brutal
Boca amargando, uma geca, uma ressaca moral
A mão tá tremendo, tô vivendo, pagando o meu risco
Quero sentir maçã, quero beber maçã Francisco
Maçã Francisco
Na primeira mordida já me sinto a branca de neve
E vou contactuando, desi

No alto de belos montes, poesia nascia de suas fontes
Andaluzia só me fez sofrer
Abaixo da linha do equador vim renascer
Me presto a esconder o Prestes
Cavaleiro da esperança Rubra Neve
Um refri pra matar a tua sede
Um amor pra aliviar a minha dor
E o Atlântico verter

O Criador com sua elegância
O Baobá com sua intolerância
Trocaram versos numa tarde de calor de frente ao mar
Ao mar... Ao mar

Era a primeira de todas as coisas
O molde perto, plano, visto certo
Entardecer e descansar para pensar
Pensar... Pensar

Não quero ser

Acordei com remela, com minha a chamar
Menino, estou com fome, quero me alimentar
Me leva na padoca no Largo do Peixe rá rá

Acendo um careta, levanto da cama
Com minha genitora eu começo a caminhar
Entro na padoca, ninguém é senhora
Só vejo umas peladas dançar
Meu

Mas tudo bem
Agente se prepara pro pior
E vai levando a vida
Numa melhor
E sempre acaba assim longe

Mas longe de você
Perto de mim
E quando acaba a noite eu chego ao fim
Cansado dessa guerra

Um sonho uma epidemia
Suas chagas, sua alma vazia
Uma cas

Já lhe disse que não sei quem sou
Já lhe disse que eu não sei se vou
Pague meu cachê, sente na mesa
Uma pinga, um conhaque, uma breja
Só não peça bis da Minha Odisseia

Tentaram me convencer
Meu sonho bem démodé
La menores bem tocados, galope esverdeado

Já não

Hoje realmente eu gostaria de ver o sol feliz
Esse sol me persegue, me entorpece
Me alimenta, me faz atriz
Mas como num faroeste eu percebo uma mira está em mim
Eu não sei se miro ou conto as palavras que me trouxeram o fim

O fim do meu crachá
Meu jeito de falar
Por

Você mortal que desenhou a história desse lugar
Mortal capaz de fatos, feitos imortais
Trajando uma roupa que com o tempo vai mudando
Encolhendo vai, desbotando, enrugando

Na caixa marcas que nem roupas podem interpretar
Que os bichos mais modernos não conseguem deletar

Apenas oito doses para me matar
Só para escrever o que nunca vou te falar
Só pra ficar aqui sentado vendo a morte
Em forma de uma brisa

Apenas oito no meio de tantas
De tanta depressão, poeira, carros novos, chabilândias
E meu bilhete único me leva a um lugar
Tão s

Eu que sonhava em te ver, te sentir, te tocar
Não imaginava que o querer é poder te amar
Ontem você me disse alô e bastou pra acalmar
Esse meu choro sofredor, quando estou a pensar
Em você que não está aqui

Então deixa eu te mostrar que para mim nada mudou
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