Eu canto porque canto, e canto!
E mesmo sem canto eu canto assim
Eu canto, porque este meu canto
Traz muito mais canto pra dentro de mim

Eu canto com cheiro de campo
E mesmo sem campo, eu canto assim!
Eu canto porque este meu canto
Traz muito mais campo pra dentro d

Querência e infância! Dois galardões de saudade!
Reminiscência que invade, lembranças do que vivi
Do rancho que um dia ergui nu'a sombra de Corunília
Onde amansei a tropilha que em versos hoje escrevi

Na infância fui ginete, domei potro endiabrado
Zaino, baio, algum tostado

A alma de um galpão
Tem mil portas para o amor
Seja peão ou senhor
Não tem banco diferente
No galpão é o repente
Que comanda a prosa crua
Seja gabando a Chirua
Prenda linda em seu amar
Seja pro peão reclamar
Por um cavalo de muda
Te digo: Deus me acuda!

Poesia Despojada

Saudade, fonte sem água
Luzeiro sem lumiar
Feroz marreta sem frágua
Ferindo sem conformar

Saudade, cheiro sem flor
Nascer de Sol sem manhã
Um paladar sem sabor
Um velo sem tecelã

Poente sem horizonte
É fogo que não tem cor
Igual

Luz da Lua me acorda para os sonhos
Com mistérios que atiçam meu pensar
Sou apenas aprendiz de sonhador
Me desculpa minha prenda te acordar

A paixão muitas vezes é importuna
E o desejo traz com ele suas malícias
Mas te digo que a saudade é bem pior
Pela falta que me