Já cheguei, estou aqui, quais são as notícias?
No rádio não ouço palavras, só simples ruídos
Nos jornais as enquetes me ditam caminhos que não sei
Se devo seguir, entender
Porque outra vez permitir?
Muito bem, você ganhou um bom dia
Espero que esta velha rotina nos ensine

Deixe a saudade vir com teu cheiro bom
Revirar segredos e o teu sabor
Rasgue as ideias, vem cá, prende o suspiro
Fazer valer o tempo e

Deixe os motivos que eu lancei a pulso no cais
Com esta vontade do não falar
Revirar sentidos, viver sem o teu carinho
valeu por me

Presentes neste mundo
Convictos de tudo
Não sabem da verdade

Se traem em segundos
Perdendo tempo com tanta falsidade

Amigos descontentes,
Sorriso amarelado
Somos tão inteligentes
No reflexo de um espelho quebrado

Será que estão me vigiando?
Eu só pre

Uma fantasia ela vestiu
Foi dançar, cantar, fazer sorrir
O amigo, o amante, o carente
Esta vida anda tão diferente...

A lágrima cai!

Ele escolheu a roupa colorida
Para disfarçar o incolor que é a tua sina
Tropeçou, bebeu o liquido ardente
Depois dançou tão so

Que paisagem é esta?
A gaivota voando no céu se perde no cinza
A menina que procura o bonito se desespera,
Não o encontra

Fez teu deus ter pena do hábito, da mesmice
Que insiste em vagar,
Deleitar no cansaço

Certo ou incerto esforço para desgastar
Sua inteligê

Eu sou de carne, osso e saudade
Eu sou de pelos, de tecidos e amizade
Eu sou de olhos, sou de sangue e sou de coração
Sou de órgãos, de pé e de mão

Eu sou de carne, osso e humildade
Eu sou de pelos, tecidos e cumplicidade
Eu sou de órgãos, sou de sangue e sou oração

Fragmentos da vida instrumental
Necessidades ligadas ao exagero
Vícios padronizados
Elo com rendimentos
O lixo urbano em movimento

Momentos felizes, promocionais
Lembranças de obediência
Risos constantes, com pressa e com preço
Conveniados a estatutos sem direit

Seguro a tua mão, mas não vou algemá-la
Te abraço forte, mas não vou protegê-la
Você não é um objeto

Beijo a tua boca como se fosse uma despedida
Você precisa partir
Se libertar
Você precisa partir
Se libertar

Mas não se distanciar de mim
Há vários sintoma

Deixo este castelo em ruínas
Deixo pra você um longo dia
Deixo pra você a caderneta
Junto com os seus bilhetes na mesa

Subindo e descendo escadarias
Será então o meu sacrifício?
Viajo dia e noite, adormeço
permanecendo no mesmo lugar

Cadê o barulho?
Eu não

O vento soprou as folhas que iriam cair
E por pouco sobraram as flores que insistiam em nascer ali
Não quer mais viver no seu jardim de outono
Não sente prazer

A flama ascendeu o corpo que fingia dormir
E por pouco acordou a estrela que insistia em não reluzir a ti

Ag

Marquise

A marquise tomada por cultos...
é arte!
A marquise tomada por lixo...
são miseráveis!
A avenida moldada com gesso...
é contemporâneo
As esquinas moldadas por gestos de objetos falantes...

Olha que legal!
Um lugar com freqüentadores sensatos, perto

Faça um gesto simples
E engane a consciência
Embale ao tom da vida
Movido por datas e aparências

Diga-me no ouvido, como esperar um prêmio?
E revele toda a arte da pose pra disfarçar o desespero
Feche os olhos e perceba que estamos cegos
Se incline e veja que um cor

Se o tempo parrasse antes, de você surgir
Se as palavras ditas, o tempo pudesse levar
Num século disfarçado por slogans
Eu não fugiria
E acabaria
Com o que acabou comigo no fim
Com o que acabou comigo no fim

O que tirou o meu direito de agir, se anulou também
So

Chega em casa e ainda cansada
Segue o protocolo de servir
É maria e outros nomes violentados
Que (in)formalmente querem fugir
Gritar contra estes moldes
Que invadem este gênero
Mulher, mulher, mulher

Das facetas que esmagam o teu corpo
Das bagatelas que sufocam

Distraído pela multidão vejo meu corpo flutuar
E o meu coração fez mil balões pra te fazer colorir
Mas teu corpo de fel despencou-se pra todo mundo ver
De cá pra lá, de volta e vai, sem ao menos ir
Sem direção, se fez despedidas e diluiu no ar

Todo dia de sol
É esmagado por algumas nuvens
Como muitos sonhos são atropelados
Por alguns tratores

Num rodopio meninos sorriem
Com suas pipas e suas pedras
No discurso natural de quem já nasce
Preparado pra uma guerra

O sol continua a queimar
O sol conti

Pequena
Menina descalça na areia
Balança o teu corpo conforme as ondas
Desvia o teu ritmo, descansa nas pedras
Deixa o teu canto fisgar os olhos serenos da noite
Deixa a tua leveza de ser difundir com a garoa que se vai
Pensa e se esvai com teu olhar inseguro
Diz que

Fragmentos da vida instrumental
Necessidades ligadas ao exagero
Vícios padronizados
Elo com rendimentos
O lixo urbano em movimento

Momentos felizes, promocionais.
Lembranças de obediência
Risos constantes, com pressa e com preço
Conveniados a estatutos sem direi

As facetas das cores do teu rosto
Fascinaram os olhos dos amantes
Os sorrisos espertos e tão raros
São guardados somente num retrato

Mesmo sendo eu
Sem imagem,
Reconheço a tua beleza
E minhas vontades, com amor
Junto às tintas que envelhecem
Você não percebe

Fecho os olhos pra não perceber
A minha covardia em não tocar você
Todas as estações a me zombar
Olhando pro vidro eu consigo te enxergar

Esquecendo os trilhos e os meus tormentos

Vai dizer
que o vidro foi o intermédio da nossa união
Vai dizer
que o banco gela