Veio sorrindo, entrou de fininho, assim
Não hesitou, sem pensar, entregou-se pra mim
Sinto tudo que ele não diz
Sinto tudo e só sei sorrir

Entre as cortinas o Sol nos vigia ali
Altas risadas, conversa de estrada, sem fim
Uma brisa leve faz fluir
Bate na minha porta,

Ei, coração, por que é que você não me deixa em paz?
Não me transporte aos momentos que quero deixar pra trás
Dói relembrar, já não quero escutar aquelas vozes
Ei, coração, tenho medo do que você é capaz

Me dá um segundo pra respirar
A realidade mudou
Preciso de espaço

Eu queria tanto te querer
Mas não controlo os meus desejos
Queria te admirar
Mas já não há amor nos beijos

Os meus pensamentos me assustam
Mas não dá mais pra negar
Quando o rio desembocar
Não haverá força pra segurar

Eu tentei não me desencantar
Eu tentei

Eu quase pedi pro tempo parar
Mas tudo perderia a graça
E quase implorei pra você ficar
Mas seria mais uma trapaça
Entre tanta despedida
Me senti perdida, e sei que é assim a vida
Então vá
Mas mande notícias

E se essa vida for feita de muitas?
E se uma porta

Apago tudo outra vez
Papel em branco pronto pra recomeçar
Me mostra, aonde que eu errei?
Já tô cansada de reanalisar cada conversa

Mas cada vez que você me beija
Sinto que tudo vale a pena
Toda dor, todo esse dilema
Perco a cabeça

Prometeu e não cumpriu
En

Você reapareceu
Como quem nunca foi embora
De certa forma fui eu
Que esqueci de trancar a porta
Me disse: Te amo, outra vez
E quis saber dos meus últimos anos
Me disse: Não existe ninguém
Como você, e eu procurei
Procurei

E pra quê
Voltar só pra desapare

Eu te desconheci
Quando você não quis
Me encontrar na ponte de sempre
Eu, sim, repensei
Quando eu te avistei
Com rosas murchas, sem medo, imprudente
Hoje eu entendi
Te desconheci

Eu me desconheci
Quando eu não te vi
Nos planos loucos que fiz pro futuro