Estado genocida
Estrutura patriarcal e racista
O silêncio não protege
Ele te consome

Esse corpo é revolta
Revolta que revida

Se meu corpo é frágil
Se minha voz é baixa
Não me calo na sua frente
E sua farda não me intimida

Esse corpo é revolta
Rev

Olhar pra trás é tão difícil
As dores voltam de tentar
Todas (as) perdas que tivemos
As escolhas que não vão voltar
Cada gota de sangue
Escorre do meu peito
Cada vida ausente
Não vai ressuscitar
Cada grito em cada esquina
Ecoa forte em meu ouvido
Cada chor

Não nascemos para te dar prazer
Somos teu pior pesadelo
Sua experiência que acabou
Aquele inferno que não conheceu

Abaixo a ditadura religiosa
Abaixo o governo opressor
Abaixo a sua heteronorma

Corra, corra, corra, vamos te derrubar
Corra, corra, corra, não vã

Civilização em fúria erguida sobre o ódio
História contemporânea, torta e desumana
Vidas anuladas, abandonadas e esquecidas
Bem antes do princípio, meio e fim

Não perdoar, não se ajoelhar!
Não perdoar, não se humilhar!

Fé pra que? Se crer não é viver
A vida se ro

Inconsequência, desordem e permanência
Fazem você descontrolar
Desrespeito, caos mais cimento
Bela cidade, a nos sufocar
Desigualdade, machismo, hipocrisia
O macho no lar não vai nos controlar
Não vai nos controlar!

A sua insegurança
Reflexo de sua fragilidade

Verdade crua
Avessa realidade

O que vejo ninguém vê
Um espelho sem reflexo
Incoerente sentimento
Disforia do meu próprio ser

O inimigo que não vejo
Uma prática existência
Aproveite o caminho
Construindo labirintos
Quem é o inimigo além de você?

Olha como avançamos
Consumidoras consumidas
Ansiedade e depressão
Compre um e leve dois
Somos o público alvo do seu ódio
E marcas coloridas não vão nos ajudar
Igualdade é para poucos
E seguem nos matando

Não trate como revolução
Quem te trata como nicho de m

Nosso corpo, campo de batalha
No trabalho, na escola,
No campo, na cidade
Seguindo em frente,
No passo mais lento
Mulheres unidas!
Batalha vencida!
Nenhum agressor passará!

Movimento revolucionário
Chegar aonde o corpo aguentar
Direito de ir e vir
Livre como o vento
O suor que pinga enferruja as engrenagens
Da máquina que gira e para nossas vidas
Pedalar, pedalar
Autonomia pra impulsionar

Quem te humilha?
Quem te sufoca?
Qual o seu medo?
Você não vai nos violentar!
Você não vai nos humilhar!
Peça perdão
O seu tempo acabou!
Sociedade patriarcal, violenta e irracional
Daniela, Fabiana, Priscila, Luana
Todas que não vamos esquecer
Lésbicas pre