No sertão, ou na chapada
Serrado, ou mar
No quarto, ou na calçada
Numa igreja, ou num bar
Eu abraço o teu abraço
E lanço meu olhar
E aqui no meu espaço
Serás o astro lunar
Chuva molha o vento
Mas sertão não vira mar
Na cisterna tem saudade
Guardei água

O lance da vida é viver
Viver bem é ter paciência
Pois quem tem paciência vive bem
Minha mãe dizia: Quem espera alcança
E quem alcançou confiou na esperança
Esperando eu tô
Mas não se demore, amor

Quem corre cansa e quem se cansar
Não dançará o baile da vida

Ô ô ô
Ô ô ô
Ô ô ô

Ouça o som que sai do canxangá
Escute o barulhodo mar e dizer
Da percussão
Estude, pesquise e vá ver no que vai dar
Alfaia tocando bonito já faz a marcação
Pandeiro e violão, zabumba, agogô

Bora Preto Velho o compadre já chamou
O galo

Êta diacho de sentinento
Eu penso que não vou segurar a onda
Esse sentimento denso
Não vai abalar minha honra
Uma vontade de gritar, sai daqui dor!
Uma vontade de gritar, vem cá amor!

Ir é deixar, deixar é dor, dor é crescer
Crescer, doer, e deixar é o que devo faze

Ter grana ser bacana de origem profissão
Mesmo se for sardinha se portar como salmão
Ter fina estampa não é fácil não
Viver na ponte aérea ter contrato de milhão
Ficar com o corpo inteiro se lhe oferecem a mão
Estar na tela da novela que sensação

A guerra impera na prog

Que prazer te ter aqui
Pra mim você já tinha ido embora
Baby diz aí pra mim
Onde que você mora
Onde quem você foi morar

Lembra daquele Acoci
Que você ficou de me arrumar
Emprestado eu consegui
Tive que parcelar
Debito em conta
Me conta outra
Vamos pr

Ori ô cabeça Ori
Ori ô cabeça Ori

Cabeça de origem lá na África
América Ioruba
Ouro Bahia, Ioruba
Ouro Bahia
Iemanjá! Eu vi mamãe Oxum no encontro
Do rio com mar

Ori ô cabeça Ori
Ori ô cabeça Ori

Cabeça beleza cuida da natureza
Tem que aprender a

Eu sou preto da pele preta do dente azul
Pássaro Preto das penas pretas
No céu azul
E quando eu fico fouveiro viro um letreiro

Sou um caderno, em mim escrevo
Meu recomeço
A água apaga o tezto ruim
A cor da água é cor nenhuma

Eu sou preto do peito cheio de amor

Retirante retirou sorriso do rosto
Porque não choveu no sertão
Carro de boi puxado por gente sem corpo
Gado padeceu de exaustão

Sertanejo chora cantando cordel
Quem eu amo foi para o sul
Velho ancião de bengala e chapéu
Tem saudade lá de Exú

Ô menino que nunca

Seja a Luiza do Tom
A Beatriz do Chico
Seja a Helena do Mané
Seja a Maria do José
E eu serei feliz
Um amador, aprendiz em suas mãos

Seja a mãe, seja o pai
O meu caminho e destino
Seja Oxum, Iansã
Noite que acorda a manhã
Que o trem já vai partir
Nele

Um pouco menos disso
Um pouco mais de riso
Me poupe de comício
Que eu te poupo dos mísseis

Me poupe de tolice
E poupe minhas crendices
Me poupe de seu jogo
Me olhe enquanto corro

E poupe minhas crianças
De sua falsa esperança
Me poupe de sua dança