Ama a terra o boi
O magro boi
Lambe a terra em chama
Amarga chama
Roça o balde o fundo
Do poço imundo
Raça moribundo!
Amarga o mundo

Água com limão para o almoço
Água com limão para o jantar
Chama o seu perdão para cear
Reza que o sertão vai virar ma

Amargura amar não cura
Armadura dura de moer
Meu bem, você não libertou meu coração
Das amarguras que fazem sofrer

Desde a minha infância
Talvez quando a consciência
Frente à malevolência
Despertou meus sentimentos
Tento saber se o homem ao nascer
Já vem com

Ai, hoje a saudade me arrebatou
De um jeito um tanto contumaz
Quão grande é o meu temor
Se tudo lá é céu e mar
Me diz, ó Lua, o que só tu vês
Para que eu fique em paz

És lua tão esbelta
Se levas minha dor
És proa, verso e guia
Do meu navegador

Que se f

Chora no seu bandolim
Enxuga no meu violão

Entra, por favor, meu caro amigo
Una-se a esta canção
Chora no seu bandolim
Enxuga no meu violão

Vê como é lindo o bandolim
Faz coisas sem explicação
Esquenta as noites de inverno
Espanta as chuvas no verão

Quem trabalha, disse o velho comunista
É artista de uma festa, sim senhor!
Quem um dia não sonhou em ser passista
E acordou com os braços feito o redentor

Ela diz que eu quero tudo por igual
E eu confesso que isto sim é natural
Também quero ver o dia em que o artista na

Todo pranto em verso e prosa
Que então canta o trovador
Salta aos olhos da morena
Como prova de amor

Eu também tenho um poema
Canto do riso ou da dor
Mas, morena, com que tema
Posso eu lhe ter valor?

Quero dizer tanta coisa, morena
Sobre poemas, cantigas d

Passa o jornal meu amor
E por favor uma notícia boa
Não ando à toa nessa vida
Dando uma lida atrás de uma resposta

Da posta só com café
Pra acompanhar um velho pão
Vê se os meninos estão de pé
Ou se morreram no chão

Meu coração anda triste
Insiste em ver t

Ele não quer nem tocar no assunto
Quando volta de manhã
E eu pergunto
Se ele ainda me ama
Se ele ainda me quer
Se ele ainda me ama
Se ainda pensa em nós dois

Não me põe mais em chama
Mas me chama de louca
Não me beija na boca
E traz junto um jornal
D

Maria vai embora
Pra periferia
Que adora Marias

Não chora, Maria
Nem queira sentir saudades
Dos dias de açoite
Das noites vazias

Não chora, Maria
Que a sua alegria
Há de ter nostalgia
Hei de falar do amor
Ao lhe encontrar um dia

Maria José qu

A quem lhe mandou
Manda a ele avisar
Não levar na brincadeira
Não deixar baixar poeira
Não chegar a quarta-feira
Deixa a festa continuar

Por quê?

Ela não achou companhia ao luar
E caiu na bebedeira
Levou tombo, deu bobeira
Fez mandinga, ó feiticeira

O que há de se cantar
Sem versejar coisas que não
Se tem como contar?

Mil poetas vão dizer
Sem mesmo crer, mas ensejar
Coisas que já nem há

Coisas que invadem com o tempo
Um coração, mesmo isento de ilusões
Subalternas canções
Que perpassam razões
Sem

Vamos brincar na rua
Até pegar piolho
Vamos subir na árvore
Até cair do galho

Vamos pimpolho
Vamos pirralho

A hora é essa
Antes que anoiteça e alguém se esqueça
De que a noite também é criança
E pique-pega
E pique-esconde
E trepa-trepa
E bangue