Chegou outubro
Corre, Sofia
Tome a bênção
Vem ver Maria

Vem, menina
Ana Flor
É mãezinha
No andor

Tome tento
Eloá
Se apresse, é a Santa
Vem vem passar

São as meninas do Círio
No arrastão
Iluminando
A procissão

Eis a boca banguela da noite
Bafo podre de rola ruim
Puta merda de toda mazela
Do esgoto, do escroto
Do açoite sem fim
Cara bela, megera na tela
Mesma vala daquela dali
Sem vergonha da fétida merda
Do povo da puta que te pariu

Eis a mina da guerra da night

Dorme, dorme pretinha
Tua mão mãe tá trabalhando, pretinha
Dorme, dorme, pretinha
Tia mãe já tá chegando, pretinha

Tá na escola estudando, correndo
Menina cuidando da cria
Mãe, irmão, avó, vizinha
Desiste nunca, nunca está sozinha

Menina, te chamam ali
Não

É neste nó no meu peito
Que engatam as palavras
Eu não saberia dizer que é mentira
Quando tu perguntas se é a ti que amo
Um golpe certeiro
Uma faca no peito
Esse sentimento
Que beira a imoralidade

A janela aberta
Tuas mãos me mostrando o caminho
Eu não

Tenho medo do escuro
E de dormir sozinha
Tenho medo quando a cachorrada
Late de madrugada

Quando chove com trovões e raios
De levar um choque da tomada
De pisar em caco de vidro
Ou em lata enferrujada

Tenho medo de anestesia
E de cirurgia

Tenho medo

Sinto o desamparo
De não poder te chamar
Pra me ouvir cantar
Pra tomar
Aquela cerveja

Tô com aquele vestido preto
Que você gosta
Tiro o salto alto
Pra flutuar na noite que acontece

Mas te imagino, baby
Eu te imagino

Tô com aquele cheiro
Que s

Faço dos meus cabelos cordas pro teu violão
Dos meus dedos faço pestana e trastes
Nas casas desenhos portas e janelas
Dos meus anéis faço tarraxas
Pra você afinar o batimento do teu no meu coração
Desenho minha boca no mosaico
Pertinho das tuas mãos sempre
Pertinho da

Tem um bicho dentro de mim
Que quer sair rasgando as entranhas
Tem um bicho dentro de mim
De alma inquieta e liberta

Tem um bicho dentro de mim
Que alcança a garganta e manifesta
Tem um bicho dentro de mim
Que é grito, uivo e protesto

Tem um uivo dentro
Te

Não me provoque
Não me cutuque
Sou a moça que dança batuque
Sou do palanque
Sou do protesto
Não grita comigo que eu berro

Sou tanque de guerra
Tô no front da peleja
Corpo campo de batalha
Corpo festa que deseja

Mexeu com uma
Mexeu com todas
Eu