E o céu ta em chamas, na absurdocracia
Nadamos na lama, na absurdocracia
Comemos veneno, na absurdocracia
Neocolonialismo, absurdocracia

Jesus pede sangue, na absurdocracia
Florestas em cinzas, na absurdocracia
Os negros são caça, na absurdocracia
E os gays, sangria

Não querem ver você agir
Não querem ver você pensar
Não querem ver tu reagir
Não querem ver você mostrar

Que ainda existe vida aqui
Que você ainda não se entregou
E a máquina não te engoliu
E a vida ainda te atropelou

Aqui embaixo, resistir
É necessário e

Quem diz o que você quer
Você não para, não respira, não sabe onde está
Quem faz você pensar que tem controle
Sobre seus pés

Cansado de aguentar
De ser apenas engrenagem nessa maquina
Que vive a triturar todos seus sonhos
Quem você é?

Teu inimigo é você

Eu tô no chão
Mas o coturno não acerta minha boca
Eu tô no chão
Meu sangue suja essa farda imunda

Foi um dia de merda no trampo
Puta que pariu só voltava pra casa
Eu não reagi, tudo escureceu
Foi sem geral, o estado me escolheu

O réu sem defesa, nesse tribunal

Queima o mito
Queima o mito
Queima o mito
Queima o mito

Não há Deus onde reina miséria

Porco, facho, lixo nazi
Escória preconceituosa

Criatura ruminante
Lixo imundo intolerante

Our boots on your teeth
You scum feel the creep

Queima o mito