A estrada da vida é molhada em alguns momentos
Às vezes orvalho de prata, às vezes chuva e vento
Foi quando numa batucada num samba de mesa ai ai
A ginga, um jambo, um dengo, cheio de beleza
Chegou derrapando em meus planos como um caminhão
Pousou seu sorriso em meus lábi

Quando você me empurrou pro abismo
Não imaginava que eu não sabia voar
Não julgo a sua intenção, mas hoje eu digo pro meu coração
Que bem que você me fez ao me empurrar
Passado o susto da altura do abismo
Planei sobre as pedras pontudas do teu egoísmo
Agora vejo do alto a

A fruta quando é madura tem essa doçura, te lambuza todo
Ou ela pode ser dolente, ter um leite quente, te deixar nervoso
A fruta quando é gogóia pode ser miúda, pode ser carnal
Pode ser transcendental
O ventre da mãe natureza recebe a chuva e devolve mineral
Pode ser na chama

Eu vi tua onda invadir minha cidade
Alagar cada rua do meu coração
Agora não sei se me afogo de saudade
Ou se nado pra morrer na tua mão
Nessa terra sem faróis
A tua pele negra
Que amalgamas, sem escama, embaixo dos lençóis
A tua força bruta
O vai e vem das águas,

Eu vi um rabo de gata
Passando na minha perna
Quisera que fosse eterna
A sensação que me mata

E esse desejo maltrata
Mas nunca me desanima
Se eu fizesse pantomima
Das roupas que tenho usado

Me vestia de telhado
So procê passar por cima
E cada passo que

Eu tenho um tamborim, eu tenho
Eu tenho um tamborim
Com dois átrios, dois ventrículos
Toma o tamborim das minhas mãos
Pra tocar, pra tocar, pra tocar sua canção
Quando você passa aqui
Em frente ao meu barracão
É como um samba na Sapucaí
Sangrando nos pés e nas mão

Tatuei teu nome no antebraço
Fiz um besta perder sua paciência
Paciência, não chamei sua atenção
É que meu espalhafato não tem muita distinção
Olha pra mim
Tá cego, porra
Nem que a consciência morra
Quero te levar pro baile
Eu sei namorar em braile
Bote a mão

E se... No verso da coxa eu escrever uma poesia
É a língua na poça lambendo a Lua vadia
É a noite sem roupa, vagarosa e macia
Vem, sussurra teu nome, sussurra ó ventania
Vem, sussurra teu nome, sussurra ó ventania
É a cachaça, é a fumaça, fisgando a luz do dia
É a pedra n

Pobre de Santos Dumont
Que pra tocar o céu
Tinha que deixar o chão
Voar é da mulher
Que tem o avião de seda
Em sua própria mão
Arrasta a perna, massa, festa, faz o que quiser
A asa certa é sua peça de mil megatons
Mil toques, mil tons, meus lábios, meus batons