Quanto vale uma vida
Carente e perdida?
Quanto valem as palavras
Quente com dentes armadas?

Quanto vale o tempo
Se as horas passam no vento?
Quanto vale uma vida
Perdida?

Olhei a fera nos olhos
E ela estava me olhando!

E a minha verdade
Não passa

Uno, dos
One, two
Três, quatro

Meu bom senso não é uma regra dada
O mesmo homem não nada nas mesmas águas
As linhas de fuga vão além do que eu vejo
Quem experimenta não julga
Retomar as rédeas do desejo!

Implicado vou afetando a realidade
Sobreviver não po

Não me deixe sozinho no quarto
Pois enquanto chora lá fora
Aqui dentro tempestade

E a cada lágrima que desce em teu rosto
Quero te abraçar cada vez mais forte
Até que escorra todo o pesar

Aceite esse gesto singelo
Movimento silencioso
E se entrega em um movime

Quem arquiteta tudo à sangue frio
Preenche os espaços e continua vazio
Pinta as nuvens do que o céu não é
E surfa na onda da falta de fé

Ele tem cartas no travesseiro
Tenta subornar os seus desejos
Com cinismo e conspiração
O egoísmo que guia a nação!

Gargalha

Travessa ousadia, lábios peregrinos
Promessas vadias ao pé do ouvido
Debaixo do tecido do teu lingerie
Teu sonho adormecido olha pra mim

Devasso e liberto, fogo que não dissolve
O teu compasso aberto me envolve
E se tranca em mim como um cadeado
Em tua anca o fluir

Debaixo da pele, quem sou eu?
Uma força que queima, que arde, uma fera
Deus dos ateus

Voz que não ressoa
Nó na garganta
Ouvido mouco, dedo sem tato
Um corpo e uma sombra

Debaixo da pele existe amor
Muita tristeza, ansiedade e alegria
E um pouco de dor

<

Fugi de mim
Fui corajoso e covarde
Eu tenho medo
É de não deixar saudade

Vivendo em outros lados
E pulando o muro
Esqueci o atalho
E me perdi no escuro

Com medo de desperdiçar meu tempo
Saí de casa, e vesti meu agasalho
E percebi que as folhas levadas

Meia-luz, úmida escuridão
Entre brilhos e vultos no meio da multidão
A alma flui, e eu busquei a tua mão
E os seus vestígios mexem com a minha razão

Você fica tão bonita sob essa luz vermelha

Meia-luz, tua pele exposta
Alimenta essa vontade louca
Me seduz com uma

Eu vejo marcas de batom
No espelho do banheiro
Eu sinto o cheiro do café
Derramado no chão

Eu vejo peças de roupas
Jogadas no escuro
Eu sinto as gotas de suor
Que molharam o colchão

De repente tudo para um instante no ar
De repente o céu se mistura com o c

Mergulhando no centro
Do teu nobre detento
Dentro da tua cabeça

Vê um reflexo do espelho
Um cover de si mesmo
Querendo que enlouqueça

Dos pesadelos acorda
Se equilibra na corda
Entre a consciência
E a loucura

Máscaras e tintas
Encobrem a minha vi

Não leve a mal, mas mal nos levarão a algum lugar
São tempos difíceis, estancaram a sangria
Mas a realidade é fria, e ainda está por sangrar

Como é que eu posso não me preocupar?
O peito mal consegue respirar!
Por isso ando meio desligado
E às vezes me pego parado
P

Não tenho nada
Apenas o que é fútil
Os móveis da casa
Mil coisas que eu já nem uso

Ainda estou por aí
Perguntando onde devo estar
Mas isso não importa
Porque esse não sou eu

Certo de mim eu não sei
Onde estou, ou onde estarei
Certo de mim eu não sei

Sossegue, meu amor
Meu amor
Sossegue, meu amor
Meu amor
Sossegue!

Sossegue, meu amor
Que a água tá no fogo
O pior não passou
Mas ainda estamos vivos

Tanta gente morrendo
Inclusive por dentro
O povo segue sedento
Eu sufocado lamento

Sosseg