Rosto lavado
Sol na janela
O que será que há para mim?
No peito amplidão de capela
E a manhã como aquela
Feito o dia em que eu vim

Tudo fechado
Depois de festa
Parece até que o mundo parou
Sinais de ontem em cada fresta
A paisagem que resta
Banda que

Sala de estar
Habita na concha, dizem, barulho de mar
Mentira que eu prefiro
Só acreditar
Nenhuma mudança
Nada pra nos acordar
Nenhuma chegança nova, mas

Pode alegrar
Nem só de euforia
Se planta o sorrir
Bom almoçar
Pois nem todo dia
Há banquete

Dia ruim
Sofrido
Tristeza
Sim
Sei lá
Deita a cabeça encolhido
Chorando zen sem soluçar

Melancolia
Estranha
Aquário em alto mar
Que solidão, que dor tamanha
Canoa solta a balançar

E amanhã
Eu posso até sorrir de novo
Eu posso até voltar,

Cantar
Nesses cantos tão longe do mar
A chapada a me arrodear
Vendo o mundo que se amiudou

Virá
A vertigem que me faz chorar
Com a beleza que há nesse lugar
Ressoando outra voz que cantou

Meu lar
Apesar de ter nascido ali
Noutras terras pra perto do ma

Fim de tarde, caminho de chuva manhosa
Sapatos de couro falso
E a vida no meu encalço procurando os meus motivos pra seguir no caminhar

Fé no longe, naquilo que não dá pra ver
Diante de cena horrível
Só me resta o invisível
Esperando o prometido que permite alguém sonha

Faz a mala e vai
Esperar
No caos do cais da vida
Ai, ai
O sal dessa ferida dói mais
Quando não sei pra onde ir

Cala o peito e vai
Viajar
Eu vou nessa estrada de sal
Nas ondas asfaltadas
Final de quem não quer ficar aqui

Azul
No meu coração nu

É normal
Começo de jornada
O medo aperta o peito, o que será que vem aí?

Vendaval
Tranquilo ou trovoada
Porém de qualquer jeito
O barco vai ter que sair

Nessa nau
Que faço de morada
Eu tento ver nas ondas o espelho de quem sou

No degrau dessa infinit