A minha aldeia, a baterinha
Barca a peninsular

Meus fiéis remos, remam
O euniverso a se formar
E o tão só que sou me acena
É meu senso a derivar

A minha igreja, a baterinha
Lenta a peninsular

Meus fiéis remos, remam
O euniverso a se formar
E o tão só

Que a espera devora o sofá
Que fica pequeno
E eu mais pequeno sentado aqui

Que tanta incerteza me bole a barriga
E o pé anda frio
Quero um desvio do centro de mim

Pra me encaixar numa conchinha
De descansar, feito uma praia do rio preto

Que a esperança tem l

Fui correndo pra ver
Corri até tropeçar
Era o amanhã
E o amanhã levou-me
Pra além do meu lugar
E hoje eu tenho sede só do agora

Fui dobrando o que deu
Orelha, esquina, luar
Pra encontrar o tempo
E o tempo vir caber
Com pressa de pomar
No instante em

Contínua havia de ser
como a sempre-viva
jamais ressecada ao sol
Maria colheu no campo a sempre-viva
converte a descrença num buquê

Onde há o abrigo
pra angústia que cerca?
O que há de ser?

Estrela de pontas claras
resguarda meu caule
não me deixa

Cortejo fitando o breu
Festejo de uma liberdade
É passo no capim
E não há nada aqui
Que não saiba o que é respirar
Do leste pro oeste em mim
Tudo aponta numa só farta direção
E é tanta intuição
Pra toda água se juntar

E os amigos vêm descendo o leito
Tud

Quem espera, só espera
Ela vai sem talvez
Troca o salto pela bota
Se maqueia
Só de vento

Sendo o seu próprio invento
Quem dissera que ela era
Incapaz
Derreteu
Troca o salto pela bota
Se maqueia
Só de vento

Sendo o seu próprio invento
E a tr

De longe vejo gente,
Qual deles tem verdade
No olhar? No agir?

Que tantos se oferecem,
Mas poucos dão de fato
Atenção sem boa razão

Mas cada um sabe entregar
Um mundo inteiro ao que possa transformar
O mundo inteiro em seu próprio umbigo

Vem aqui, devo c

Aracy, minha mulher Ara
Pertence esse livro, Aracy
E as mulheres de seios pequenos
Me comovem feito os sertões

As mulheres donas de si a uns dão medo
E a outros vontades
Aracy

Aracy, os judeus esperam por ti
Aracy, faz Vandré voltar a cantar
Aracy, fez amo

Quase ninguém no planeta e Aretha
Deusa negra sobre a parede branca
Catando lixo pra alforria
Ria quem não conhecia a gana

E subir o morro e não ver o negro
E pensar que o negro tá em outro morro
Onde é mato ou morro
Mato sem cachorro
Todo dia um Everest pra com

Veja que
O impossível vem
Acaba de chegar e sorrir

Quero ver
Quem há de impor um não
A quem só aprendeu a ser do sim

Benjamim, Benjamim
Benjamim, Benjamim

Benjamim, o fruto que tu é
É pra lembrar do pé onde você deu

Quem te ver, verá a própria fé

Domar o existir
É como insistir
Em dar nó no vento

Não vou pensar, Boralá
Deixar a vida andar
O que é pra ser não enfrento

Seja o que Deus quiser
Aceito o que vier
Não levo jeito pra lamento

Viver não tem manual
É movimento autoral
Mas veja bem m

Ahh asa de bor borboleta
Bor bor bor bor, borboletar
Quero te dar ó meu amor

Ah asa de bor borboletar
Pra levitar Içada no ar
Por cima da mágoa que exista no chão

E a leveza te domar
Numa ciranda leviana
Bem postada, soberana
Sobre o jardim

Ah, como

Ê Cabeça de Boi, lugar mais bonito num teve num foi
Ê Cabeça de Boi, lugar mais bonito num teve num foi
Ê Cabeça de Boi, lugar mais bonito num teve num foi
Ê Cabeça de Boi, lugar mais bonito num teve num foi

E no meio da gente se amora uma praça
No meio da praça se amora a

O inverno nascendo do tombo
Da flor de um ipê
Desperta-me o corpo
Ao farto adorno do teu ser

E o céu dobra
Pra poder ter
Cabimento
Caber o azul
E o teu sorrir
Que é lindo

Cadentes teus raios
Ascendem e derrubam porquês
Infinitas que são as marg

Rio lá veio, veio, veio lá
Por vereda aiá
Rio aberto certo de ir
Rio exposto posto rosto a expelir

O rio pelas maçãs
De repente já não é
O rio esconde vira ouro,
Sumidouro
Até ele ressurgir...

E despencar, cachoeira, vida, vida

Pode ser, pode ir,

Venta sorte
Despi tão gentil
Redondezas
Naves acesas vem

Terrenos altos
São pés descalços
No céu, enfim
O ar repleto
De um mundo certo de si

A sombra do homem
Na pedra lançada sobre o vão
Quase some
Na cena que atrás se põe

Abre a tangente,
Deixa a disforme nuvem se anuviar, reformar o sol
Vindo do oeste
Pede o vicente um prato pra comer o embrião do som

Abre a canastra
Deixa o azul deitar no céu

A casca é dantas
Que pelas tantas chego a me perguntar
É são roque ou conceição?

Cantei pra celebrar
Todos da minha aldeia
Meu canto vai num mosquetão
Laçado em mil cargueiras

E em cada pé
Que se lançar
Num vão libertador
Eu vou estar com a minha fé
E meu tambor

Cantei pra sempre estar
Lapinha, tabuleiro
Lá no pati, talhado, br

Avistar menino no jatobá
gente na casinha não dá pra ver
onde foi o povo acontecer?
segue o abandonar a se explicar

A vila jaz
até se ver

o estiar romper o alvorecer
pela vez de agosto já vem chegar
por uns poucos dias se rezará
para São Miguel e as Almas,

Olha só
Um cadin
Bota o olhar
Cá ni mim
Tô logo ali
Tô um instante
Um morro ou dois pro amor
Num é distante

Causdique
O tempo avoa
Cavalo arreado
Num passa outra vez
Pra duas pessoa
Então põe teu ver
Oncotô
Que eu tô perdido de amor