Roer as unhas até chegar aos cotovelos
Re-implantar os fios arrancados dos cabelos
Rodízio de dedos pra estalar

Tenho que pagar as contas
Não há tempo e o passatempo é reclamar
Tenho que pagar as contas

Inseticida para amigos hematófagos
Spray de pimenta para namo

Lembranças ruins são varizes
Somam-se com o tempo
E eu já me sinto uma velha doméstica

Com o tempo se amadurece
E se cai do pé de novo e de novo e de novo
Pois sempre vai nos faltar maturidade
Sendo pêssego ou maracujá

Já passou
Já morreu
Já se foi
Já

Eu odeio essa visão pessimista
Eu não gosto de ser negativo
Mas tudo a minha volta às vezes parece com a queda de precipício

Sei que parece estranho
Que lhe parece ridículo
Que sou sempre tão alegre e às vezes até um pouco divertido

Essa tal de sanidade
Às vezes t

Me contaram
Que os anjos fazem surubas no céu
Feito macacos Bonobos na floresta

Sei que não te resta
Mais de uma saída
A não ser cair
Em minha piscina
De cabeça

Suas palavras só negam o que o seu corpo me diz
Então diga:
Que me odeia

Que eu não p

Saiba que não se justifica-fica-fica
Fragmentos de desculpa-culpa-culpa
Acredita-dita-dita

Não disputa-puta-puta
Você quer me enlouquecer
Uma conversa pontuada, punhetada, sem feridas
Vai se contradizer

Saiba que não se justifica-fica-fica
Fragmentos de descul

Ela já virou as cartas
Ela já moveu as peças
E você ficou a esperar
Em pé no tabuleiro
E com um tiro certeiro
Ela te acertou em cheio
Na roleta-russa do amor
Com sadismo na agulha

Nesses jogos amorosos
Há quem jogue por dinheiro
E se não tiver dinheiro

Não há lugar no mundo inteiro como o nosso lar
Embora o nosso lar seja considerado o reino
O castelo do homem por incrível que pareça é o banheiro
É o banheiro!

É o seu divã para lamentações
Recanto das suas elucubrações, anseios, devaneios
Se as paredes têm ouvidos, az

Um elefante na sala de estar
Estragou o aparelho de TV
Observe quando for atravessar
O vão entre o trem e a plataforma

Não há, sentido
Nisso tudo
Não há, sentido
Nisso tudo
Soturno, colóquio, remoído
sentido, sentido
ressentido

Astronautas vieram l

Vai
Que eu vou ficar aqui
Contando os temporais
Da minha coleção
Mas peço de antemão
Me deixe o moletom

Vai
pra nunca mais voltar
Que eu vou filosofar
Aqui com meus botões
Matar os meus dragões
Com gritos guturais

Você
não me dizia a verdad

Quando ele olha para o céu
Percebe o brilho de uma estrela
azul que pisca sem cessar

Nem se dá conta que esse
Brilho que viaja os vinte anos
Que já não existe mais

Quando uma estrela se apaga
A gente finge que ainda queima
Mas sua chama se esvai
Com o pass