Me parece que nesse ano
O inverno vai atrasar
Em uma praia entre pedras
Ver uma vida inteira acabar

Na escola dos corações partidos
Não há partido e nem religião
Apenas aprendemos a conviver
Com a dor e a solidão

Não temos que cometer
Os mesmos erros assim

A última vez em que abri meus olhos
Vi profetas com roupas de mendigo
Vi fumaças ofuscando as estrelas
E inquilinos à procura de abrigo

A última vez em que abri meus olhos
Vi soldados caminhando lentamente
Vi crianças patrulhando por dinheiro
E o mundo todo sendo tã

Estive andando por aquela estrada
A qual eu andava
Com você
Todas as flores continuam aqui
Continuam aqui
Mas a estrada está vazia

Não é que não haja mais nada
Ou tenha coisa errada
Com a velha estrada

Talvez porquê tudo mudou
Ou então por quem eu sou<

Abra os olhos e veja o que aconteceu
Foi esperando, recriando
Encenando e tentando se esquecer

Que o futuro que parece tão incerto
Já não pode esperar
E até eu que queria explicação

Mas não há
Mais uma criança já não tem o que comer
Pois a vida é uma luta muit

Dona dita é eterna
Ela nunca morrerá
Dona dita dura para sempre
Sempre durará

E mesmo quem não acredita
Que a imortalidade tenha cura
Se pergunta: Até quando
Dona dita dura?

Dizem que dita é só uma doce professora
Que castiga aos que lhe desobedecerem

Não sou normal, bonitinho
Animal arrumadinho
Ser humano legal
Sempre sendo irracional

Nunca fui um descolado
Nada para ser lembrado
Um tanto antissocial
Sempre com cara de mau

Me perguntam que mal faria
Mergulhar na hipocrisia
Ser mais um inanimado

Hoje o dia não nasceu
Tão claro
E o passado que parecia ser
Tão árduo
Está cada vez mais frio
A mente já é um turbilhão
Mas o peito canta vazio

Estou triste de novo
Mas é sempre exagero
É preciso ter coragem
Para sentir um pouco do seu medo
(Ou não?)

Ei garota triste
Levante a cabeça
Tu não sabias?
O mundo é assim

Provavelmente a vida
Não é tão difícil
Como pensas

Enganada pela guerra
Que não lhe traz mais paz
Não vale a pena
Apenas usa e trai

Essa guerra não vale a pena
Essa guerra não v

Não vá ao fundo do mar
Não vá ao fundo do mar
Não vá

E quando a lua chegar
E a maré levantar
Você deverá se apressar
Não deixe a onda te levar

Não vá ao fundo do mar
Não me ignore assim
Não vá ao fundo do mar
Não deixe a onda te levar
Embora de mim

No país do futebol
A festa já esta armada
Não tem carteira nas escolas
Mas tem cadeira numerada

Não, não
(Não! Não!)

Vem aqui pro nosso circo
Rir é o melhor remédio
Assim cura o povo. afinal
Nós não temos hospital

Não, não, não
(Não! Não!)

Não são o flanelinha
E nem o faroleiro
Os maiores bandidos
Do povo brasileiro

Não são de São Paulo
Nem do Rio de Janeiro
Não moram na favela
Nem dormem no chiqueiro

Não usam armas de fogo
Nem escondem o rosto
Não têm medo de cadeia
Mas sim de ser d

Ela não sabia
Porquê estava ali
Com o corpo machucado
A voz tão rouca
A guerra era quente
E o sangue era frio

Ela não queria
Ter mais que omitir
Pois doía como a morte
E o silêncio ali morava
Era sob a luz do dia
Que, sozinha, ela chorava

Ela n

Espero as melhores coisas da vida
Chegarem de repente
E o que há de errado comigo?
São vinte anos de espera
À procura de um instinto
Que não posso esperar

Cada erro é uma queda livre
Rumo ao infinito
E eu não sei se vou aguentar
O amanhã é uma pergunta
S

Os carros voam
As portas falam
Os prédios caem
E poucos param
(Para apreciar)

Ideias ruins
Pensamentos céticos
Ouço a música
De carros frenéticos
(A luz do luar)

Aqui não há
Segurança
Nosso chefe
É uma criança
(Que já sabe atirar)

Senhores burgueses
Do alto de suas torres
Veem a cidade e suas cores
Do preto, cinza, ao vermelho
Sangue que escorre pelo espelho
Ao som da marcha dos trabalhadores
Indo a um velório sem flores
E homens morrem de fome
Nas calçadas sem nome
Tudo está como está<

As mentiras andam nuas
Se espalham pelas ruas
As mentiras são iguais
Nas manchetes dos jornais
(Mas posso acreditar)

Imagens não são exibidas
Só há mensagem escondidas
Ocultas dentro de um clarão
Enquanto os homens vem e vão
(E eu a procurar)

Talvez po