Sophia
Tinha só 14, e se foi
sem deixar vestígio nenhum
Pé na estrada e fé em si mesma
Amargando um céu de tristeza
Ela nunca quis ficar como os outros,
remoendo a vida e chorando desgostos,
ancorada ao medo de tudo e de todos,
medo de si mesma,
sem olhar pra frente, temendo o amanhã
Olha em volta de si, a chorar;
e só ouve a própria voz
Já não pode contar com ninguém
E se é que algum dia ela teve alguém
Mas tudo o que ela precisa está nos bolsos
Pra poder sorrir, ela faz um esforço
- nova dose de alegria no rosto
Cada um escolhe a seu próprio gosto
um caminho a seguir
E ela é dona de si
- tem a liberdade e o brilho do mar
E ela sabe aonde ir
O tempo envelhece quem não quer andar
Pra quem vive só, toda a força vem do medo
Não pode parar
Leva os planos em segredo
Quem só tem a si mesmo,
sem nenhum inimigo que possa amar
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