Chullage - Kem Somos Nos
Letra traducida de Chullage - Kem Somos Nos al idioma
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- Publicado 2024-03-12 00:00:00
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- Chullage
- Kem Somos Nos
- Traducción por: panzas
Kem Somos Nos
Quem fomos nós
Quem somos nós
Donde viemos nós
Pra onde vamos nós
De filhos de nzingas e faraós
'Pa filhos de domésticas e bulidores das o’s
De guerreiros shakas a negros brutalizados por bongós
De donos de terras a escravos nelas, de sobas a outlawz
Tantos anos após
O tráfico de negros empilhados no porão dum navio numa viagem atroz
Com um negreiro feroz
Atrás de lucro veloz
Levando milhares de nós pra fora da África a milhares de nós
Nós
Sem euros
Sem ter voz
Nós
Em Setúbal, Montijo, Monsanto, Tires e Linhó
Da riqueza e esplendor do Egito
Pra bairros degradados na Europa e América, com falta de guito
Da alegria de djembes, coras, balafons e cabaças de água
Pra Mpcp's e Rolands, reproduzindo os sons da nossa mágoa
De voodoo, candomblé e outras práticas mágicas
'Pa evangelismo cristão e outras práticas trágicas
Se a gente não sabe quem foi
Não sabe quem é
Não sabe quem será
Se a gente não sabe de onde vem
Não sabe onde está
Nem sabe 'pra onde irá
Dos produtos naturais pra químicos e sintéticos
Da seiva das plantas pra cosméticos
Feitos pra outros tipos de cabelos e pele
Da beleza núbia pra beleza duma Vogue ou Elle
Do nudismo a tênis e fatos de treino
Feitos com a escravidão dos outros enquanto eles ganham bué papel
Da construção das pirâmides pra construção de Expo 98', Euro 2004, CCB, Metropolitano ou CREL
De frutos, raízes e peixe fresco pro veneno do McDonna' e Telepizza
Da partilha da propriedade pra ostentação do cartão VISA
Do sexo sem preconceito aos tabús católicos
Da erva pura pra cisa, xamon fatela e venenos alcoólicos
Das extensas famílias pra famílias desestruturadas
De mulheres divinizadas
A mulheres torturadas
De queens a shemas usadas
Após 10 minutos de coro
De missangas pro ouro
De rituais alegres pro choro
De tribos pra gangs
E derrames de sangue
Sob luzes citadinas
Do domínio de leões pro domínio de espécies caninas
De amplas aldeias pra blocos de betão aglomerados por trás de metrópoles finas
Viemos nós
Mas será que foi essa a evolução que quisemos nós
Se a gente não sabe quem foi
Não sabe quem é
Não sabe quem será
Se a gente não sabe de onde vem
Não sabe onde está
Nem sabe pra onde irá
E assim nas mãos do opressor a gente estará
Tudo o que o opressor quiser, ele nos fará
A nossa identidade deturpará
E pela eternidade nos explorará
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