Balança

Um deus me deu vontade, outro me deu preguiça
Embora não se fale porque não mereça
Do deus que não me dera o germe da cobiça
Pois só se diz daquele da prosperidade
E que dera a humanidade o senso de justiça
E que talvez não faça muita diferença
O que se faz na praça, o que se diz na missa
Um deus me deu vontade, outro me deu preguiça

E que talvez me peça pra sair da dança
O deus que fez pesar um lado da balança
Um deus me deu saudade, outro me deu lembrança

Se deus acrescentasse à nossa inteligência
Um pouco de coragem, um pouco de malícia
Compensaria o peso da modernidade
Que fez a humanidade um caso de polícia
Um deus me fez socego, outro me fez notícia

Um deus me deu vontade, outro me deu preguiça
Embora não se fale porque não mereça
Do deus que não me dera o germe da cobiça
Pois só se diz daquele da prosperidade
Que dera a humanidade um senso de justiça
E que talvez não faça muita diferença
Do que se faz na praça, o que se diz na missa
Um deus me deu vontade, outro me deu preguiça

Se deus acrescentasse à nossa inteligência
Um pouco de coragem, um pouco de malícia
Compensaria o peso da modernidade
Que fez da humanidade um caso de polícia
Um deus me fez socego, outro me fez notícia

Diz que deu, diz que dá
Diz que deu, diz que dá
Diz que deus dará, ó nega
E se deus não dá, como é que vai ficar?

Ô diz que deu, diz deu, diz que deus dará, ó nega
E se deus negar? Êh! Êh!

Se deus acrescentasse à nossa inteligência
Um pouco de coragem, um pouco de malícia
Compensaria o peso da modernidade
Que fez da humanidade um caso de polícia
Um deus me fez socego, outro me fez notícia