Pedro Bergamo - Lago Brasil
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- Publié 2024-02-22 00:00:00
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- Pedro Bergamo
- Lago Brasil
- Traduction par: panzas
Lago Brasil
O lago era vermelho brasa, o lago era vermelho brasa
Sempre que acabava o dia eu podia jurar que escutava
Alguém cantando pros raios da Lua com tal sentimento
Que aprisionava as ondas que tinham menor comprimento
O lago era vermelho brasa e do lado havia uma placa
Mas ninguém ao certo sabia o que aquela placa dizia
Me disseram que em um celeiro trabalhava um velho vaqueiro
Que enquanto tratava dos bichos contavam-lhe histórias
Eu sei sim o que aconteceu, mas acredito eu
Que a minha memória não mais se recorda de parte da história
Mas irei lhe contar mesmo assim, não me leve a mal
Se contando esse caso a chorar me desabo por meio do acaso
É que por meu palpite, história mais triste ainda não existe
Mas te faço um convite, nas coisas que disse, não pense, acredite
Era uma vez uma pobre menina nascida com um dom sem par
Doce menina de olhos vermelhos que ninguém podia fitar
Menina morena de vida pequena que bem poderia deixar
Incontáveis dias de pura agonia vivendo uma vida sem lar
Se não falha a memória essa tal menina sequer conseguia falar
Mas quando de noite que a Lua subia querendo no lago espelhar
Aqueles que nas profundezas viviam do qual nunca ouvimos falar
Pra superfície do lago subiam pra melhor ouvi-la cantar
E ela fez do lago sua casa e o lago com ela falava
Ela nunca respondia, mas o lago nunca se importava
Pois o silêncio que ela preservava em seu pensamento
Fazia sua voz ecoar bem mais longe no espaço e no tempo
Mas seu canto também despertava este ser que se alimentava
De qualquer inocência ou magia que habitam nos olhos de fada
E enquanto ele se espreitava, sentiu cheiro de olhos de brasa
E correu feito um louco pra saborear sua presa
Já vou avisando que essa história talvez possa não agradar
Pois nem todo conto é feito de vitórias, alguns vêm pra nos despertar
Menina morena sua vida é pequena, mas ela pode se encurtar
A alma que é tua, debaixo da Lua, ninguém poderá te roubar
E pela floresta o diabo com pressa tentava a menina encontrar
Dentro do lago ela se escondia lutando pra não respirar
Com a calmaria sua mente esvazia e a escuridão vem pra reinar
Enquanto seu corpo aos poucos caia, pro fundo das águas, sem ar
Eu não sei bem o que aconteceu, mas acredito eu
Que essa tal natureza cheia de proeza não é só beleza
Por favor não me olhe assim, nem me leve a mal
Se a sua alma pura achar que é loucura verdades tão duras
A mudança na água ocorreu brevemente ou no mesmo instante
Em que o lago roubou toda a vida que havia em seus olhos de sangue
E aqui finalizo a minha história enquanto ainda posso parar
Muito obrigado pela companhia, mas agora vou trabalhar
Ao lado do lago, o que estava grafado, por fim eu vou te revelar
No fundo das águas habita uma alma que um dia encontrou o seu lar
Aqui eu te deixo com esse desfecho pra sempre a te atormentar
Mesmo com anos de esforço seu corpo ninguém foi capaz de encontrar
E se ainda duvidas, então lhe convido ao lago Brasil retornar
Esvazie sua mente e ouvirá claramente uma voz a inocente a cantar
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