Madame Javali - Caminhoneta Negra (Ou Os Passeios De Bey)
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- Publié 2024-05-10 00:00:00
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- Madame Javali
- Caminhoneta Negra (Ou Os Passeios De Bey)
- Traduction par: panzas
Caminhoneta Negra (Ou Os Passeios De Bey)
Uma caminhoneta negra com alto-falantes
Atravessa um jantar de escritores reunidos para dizer
Roqueiros
O poema em que dinamitas a cabeça
De policiais militares
Dentro do terreno baldio
De um papel pólen bold
Por exemplo
Não te salvará de ser dócil
De ser dócil
O poema em que ateias
Ácido muriático
Na família do Skaf
Ou desmontas um santo de ouro
Para colocar os pedaços sagrados ao seu cu
Por exemplo
Não te salvará do Cristo
Tampouco
Da federação dos industriários de São Paulo
Nem te salvará de ser dócil
De ser dócil
O poema em que estouras boutiques
Lojas de cosmético
Apostolados de oração, governadores
O poema em que esporras
O mastro republicano de um soldado
Na boca de um tenente-coronel
Dos agulhas negras
Talvez te coloque um título
Uma condecoração
Mas não te salvará de ser dócil
Enquanto explodes tua linguagem
Para o auditório amigo
O apóstolo Waldemiro
Está na vanguarda do crime
Pelas partes escuras da cidade
Tapeando os que vão tristes com engodos
Por exemplo
A redenção
E a esperança
A esperança
A esperança
O poema não exime do atentado
O poema não exime do atentado
O poema não exime do atentado
O poema não exime do atentado
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