Vem pra cá andar comigo
Vem que eu vou dizer quem é
Essa dama de vestido
Que te vende um cafuné
Com os olhos na carteira
Com a mão no teu culhão
Vai gemer a noite inteira, vai
O leite e o pão

No mundo do faz de conta
Se imagina o que se quer
Você faz que

O cenário é de miséria e abundância
Uns tem fome e outros jogam fora
É uma bomba relógio e chega a hora
Que a paciência se esgota e salta a ânsia
Com fúria de cão e mira de ciclope
Surge um homem jovem e pobre que se vinga
Imagine um black bloc na caatinga
E um cangac

Dorme pequenina
Hoje não tem mostro no quintal
Dorme, é cedo ainda
Descança que amanhã vai ser fatal
Voa bem distante
Do avanço industrial
Louca radiante
No espaço sideral

Não tem campainha
Nem nome, telefone pra tocar
Se for Catarina
Dezênico Fernan

Descobri onde enfiar mais outro automóvel
Bem alí no cu daquele que me diz que não
Manda vir o ferro mais barato é muito obvio
Mas não me lamentar trabalho semi-escravo no gabão

Mas que conversa boba
Não sou nenhum cristão
Deixa de piedade
Busca um pouco de maldade

Você da batucada
Não sabe um agogô
Teimosa dissonante num rock andante

Você não entende nada
Sua mãe não te ensinou
Falar de boca cheia é coisa feia

Me sinto envergonhado
De andar nos braços teus
Tua pele desbotada manchas na cara

Vou te soltar no mundo<

Alguém caiu
De cara no asfalto
Caiu e ficou
Eu vi lá do alto

Vermelho
Banho quente
Cheiro acre
Porque tudo que é vivo morre
Viver aqui é milagre

Podia ter sido um raio
Enfarto, tifo, o caralho
Mas foi bala, mano, bala
Foi bala de homem fardado<

Hoje é segunda, amanhã terça, depois quarta
A vida segue igual e as pessoas vão trabalhar
Os carros entopem todas as vias
Há muita fumaça, muito barulho e pouca alegria

Hoje é segunda (e dá-lhe borracha)
Uma mulher - cozinheira - pensou em querer parar
Mas logo tomou o

Eu vou
No passo torto de ser
À margem de qualquer chão
Pedaço de bem querer
Hiato do sim do não
E quando a perna tremer
E as placas disserem não
E a massa se recolher
A vida não para, eu vou

Eu vou
Pro próximo bem-me-quer
Pra próxima encarnação
P

Voa mané, vai
Desenrola essa fita
Passa o tomé
Dá o mocó na marmita
Faz algum tostão

Voa mané, vai
Acelera o esquema
Anda na fé
Mas despacha o problema
Faz algum tostão

Um trapo sedento e mulato do centro à periferia
Roendo do resto do lodo que o p

Coração, de história outra vez
Não tem graça dessa valsa eu já dancei
Veja bem, não faça confusão
Meu negocio não tem sócio eu sou patrão
Diz que eu sou careta e você tem razão
Que eu sou machista e que me falta um coração

Mas como faz com um chuveiro a três
Outro h

Código binário alemão
Plano visionário do japão
Feito executado no brasil
Carga de trabalho animal
Olhos no mercado mundial
Senta a bucha, bica, chora o pau

Ah, beleza!
Poe na mesa
Mas que peça!
Chama o pai, a mãe, o avô e a avó!

Curvas de um design se

Céu de maio, tanta gente, eu saio pra lhe ver chegar, você chegar
De longe eu fico e miro onde a vista possa lhe alcançar, alcançar
Corro e no cartaz eu vejo e quase morro
Eu quase morro, beijo e quase vejo você, cadê você

Tempestade transborda a cidade pra me derrubar, me derr

Eu vou terceirizar nossa desgraça
Que essa bagaça eu já não quero mais tocar
Não vejo razão pra meter a mão na massa
Bora que agora o que rola é terceirizar

Terceiriza pra outro distrito
Pra ralar a mandioca e o feijão
Terceiriza pro congo ou pro egito
E prioriza qu

Maré, ô, maré
Eu vou nesse mar venha lá o que vier
Nas águas do mesmo oceano
No parco revés desse engano
A gente segue remando, e segue remando

Se a maré vai
A maré vem
Quando a maré baixar
Quem sabe eu vou além
Corrente de agrura que insiste em querer carre

Mariana, mariana
Faz um mês, um mês
Quatro semanas
Que eu chorei, chorei, chorei
Me afundei na cama

Quando aquele dia no cinema
Eu me cansei e te mandei pastar
Você rapidamente me soltou
Deu meia-volta e se atracou em outro par
Você é capaz de imaginar
A

Mas que segredo tem a china?
Será que os homens são maiores
E as mulheres mais velozes?
Será que água tem mais vitamina?

Mas que segredo tem a china?
Cem por cento o crescimento ao mês
Essa é a alegria do freguês
Mas que segredo tem a china?

O trabalho é esper

Vou na marra, sim
Vou no tranco, na draga
Chifrando os barranco
Pra comprar três empada
Devendo a alma pros banco
Vou nesse paga não paga
Desculpe, obrigado, sim senhor

To bonito e feio
To na média, no meio
Estralando as rédeas
Dando espora nos peitos

Não sei porque essa gente vem pra cá
Contente perturbando o meu jantar
Me chamam de corrupto
Canalha populista
São gralhas das manchetes das revistas

Calúnia contra a minha história
Hipócritas não têm memória
Fui mãe dos miseráveis
Fui tão bom pra burguesia

Perdoa, meu amor, perdoa
Mas passei o dia a toa pensando em você
E veio a noite e virou a madrugada
E virou samba de calçada até o amanhecer
E eu que sempre andei tão triste
Descobri no teu amor que dá pra ser feliz
Mas como eu faço pra arranjar trabalho
Se eu to no f

Sandália jogada no canto da sala me diz muito mais
Que o passo chegoso estalo
Ante estalo segundos atrás
O jeito descalço nos pés encurvados me diz muito mais
Que aquela sandália vazia e largada segundos atrás

A saia levada, menina assanhada, me diz muito mais
Que o jei