Vai José
Vai correndo até
Atravessar
A avenida que já não
Tá lá
O campinho que jogou
Vai José
Vai saber como é que é
Cair
A cidade inteira até
Sumir
A cidade inteira cai
Construção
Demoliram até meu coração
Procurei
Mas a vida que vivi<

Passei na frente da sua casa
A porta aberta
Janela trancada
Passei na frente da sua casa
A rua deserta
Calçada manchada
Passei na frente da sua casa
Seu corpo coberto
A pele marcada
Passei na frente da sua casa
Passei na frente da sua casa
Passei na fr

Porque amar você
Se não amo a fantasia de você?
Porque amar alguém?
Porque amar alguém?
Porque amar você
Se não amo a nostalgia de você?
Porque amar alguém?
Porque amar alguém?
Esse mar é tão grande e só
Naufragar parece melhor
A não ser que me ame e a poe

Sirvo a minha mão nesse banquete
E ofereço pro jantar
Deixo a minha luva no tapete
Ponho outra em seu lugar
Visto um terno novo sem colete
Que roubei do meu irmão
Como um astronauta sem foguete
Que procura pelo chão
Peço ao homem velho pra contar
Sobre o filho

Beth escurecida
Dentro de um cinzeiro
Já foi mais bonita
Foi meu travesseiro
Beth luz do dia
Cheiro de domingo
Cheira incenso agora
Cheira nostalgia
Foi assim
Foi
Sem pensar
Sim
Atirei sem nenhuma emoção
E vi
Beth esmorecida
Rente ao az

Bichos, lagartas, regurgitando
O bloco indeciso se insinuando
O asfalto ruindo
Pro dono ressuscitar

Saio correndo de casa
Porque o bloco das bestas
Já tá passando
Sem paradeiro
Eu não vou mais voltar

O pandemônio vai começar
O estandarte já se rasgou

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez
Emanuel não chegou, aureliano desfez
O que faço com vocês?
Otaviano pirou, guilherme se arrependeu
Frederico faleceu
Depois de amanhã devemos hastear

Cidadão, esquizofrênico, rondando na periferia
Às vezes lúcido, infeliz, conforme a luz, conforme o dia
Ouvindo vozes na cabeça, ouvindo dylan
Vendo rock in roll passar
Cidadão, esquizofrênico, parado em frente ao boteco
De galocha, na avenida principal, pedindo um teco
O

Cipó era um gato de rua inglês
Era o gato da dona inês
Não era vistoso, bom animal
Um bicho bem temperamental
Andava só
Andava lá
Nas bandas do farol
De itapoã na noite vã
Miando pra nanã
Cipó era um gato bem incomum
Tinha trato com alguma oxum
Vivia p

Da vila guilherme até o imirim
É um dois
O vila sabrina 1156
Faz a vez
Vamo no sossego sem contradição
Meu amor
Vou te apresentar um mano amigo meu
Sangue bom
Vem cá não teima
Já deu de treta
Lá vem o bumba
Dá a mão me beija

Deixa que eu me acert

Vôo da mosca tubarão
Tiro na moça estelar
Beijo no ventre do tufão
Pouso na mosca sobre o mar
Só um detalhe azul

Gafanhoto
Cor de rosa
Pele fria
De uma rã
Corta jaca
Corta a pele
Cheiro forte
De hortelã
Catavento
Passarinho
Passa frio
De manhã

Noite morta
Calafrio
Chuva fina
Minha irmã
Cova alta
Asa branca
Pedregulho
Rolimã
J

Hoje ali tem o metrô
Nem bem um ano passou
Havia o bar do joão
E hoje tem a estação
Faria lima pra cá?
Nem dá um, dois
Eu vou de trem do metrô,
Meu deus, eu vou!
Meu pedacinho de sol
É meu, de sol
Vou visitar meu irmão
Na linha azul

Tão querendo

Helena
Não vem dizer Helena
Que a vida é só pra nós
Que a vida é só pra nós
Helena
Tem só nós dois Helena
A vida é só pra nós
A vida é só pra nós
Helena, os prédios tem micose
Helena, os prédios tem varizes
Helena, os prédios tem bronquite
E a cidade é

Um pouco só, um pouco mau
Um pouco desleal
Um nômade na sala principal
Para um taciturno antigo
Homem médio desprovido
Passo antimusical
Sorriso em leve desacordo
Pensa a lua, sonha um ovo
Grita perpendicular
Na grande história da nação
Não faz menção, não

Pra perceber um homem só
Olhe nos olhos, veja a lágrima cair
Para entender um homem só
Não subestime a solidão que a faz cair
Para esquecer um homem só
Nem toda máquina encerra, faz sair
Para voar um homem só
A brisa leve, distraída, faz sumir
Não se pode tocar

Isaurinha fosses minha
Tiraria seu maiô
Na piscina da titia
Sem receio de vovô
Mas um beijo não daria
Por vontade ou por favor
Meu recato é meu direito
Não tem jeito, sem rancor
Vou voar pra Portugal
Com Isaura eu vou
Dar um tempo de Natal
Com Isaura e

Palavra
Sonhada
Palavra
Perdida
Pra ouvir
Pra cantar
Pra sorrir
Conversar
Sem saber bem
Quem falou, quem
Nem você, nem
Nem mais ninguém
Sobre o que foi
Sem saber bem
Sobre quem é
Até cansar
De falar
De falar
De falar

Passarinho esquisito, sabe meu odor
Antecipa meu caminho, pousa em minha mão
Não tem os olhos de papai, mas tem cara de
Estuprador
Não tem as pernas de mamãe, mas tem medo da
Solidão
Passarinho acuado, usa a minha voz
Regurgita a melodia da minha ilusão
Não tem o

Só
Por causa dela
Já deixei queimar
O arroz na panela
Preparei
Café de butuca
Mas errei a mão
Na dose do açucar
Erro seu nome de novo
Não sei mais o que dizer
Tento lembrar do seu rosto
Procuro na minha tv
Crio esculturas de massa
A massa
Q