Imaginem
Se existisse
Mesmo um bicho
De sete cabeças

Que esquisitice
Pois qual delas
Realmente seria
O cabeça?

Sete cabeças
O tempo inteiro
Que confusão
No cabeleireiro

Sete tesouras
Num mesmo espelho
São sete esgrimas
Num picadei

Há em mim uma nave
Que movida a ave
É disco voador

Tenho sede de estrelas
E fome de céu
Qual explorador

Que percorre o tempo
E o espaço interior

E anda sobre as telhas
Sobre as cacholas
Pássaro ao vento

E pousa nas janelas
E abre as gaiolas

Tudo que você perguntar
Sobre estudos antagônicos
Basta meu rapaz consultar o cérebro eletrônico

Tudo que você quer saber
E que estiver em sua órbita
Basta você se reconhecer no cérebro eletrônico

Ele sabe tudo
Tudo que há no mundo
E olhe, meu rapaz
Ele sa

Quando a noite chega lua e estrelas vêm dançar
Seres na floresta surgem como por encanto

Cores, luzes, fogo, raios e trovões
Se confundem, brincam no infinito

No entanto ouço um canto que me faz adormecer
Uma força me arrasta, eu estou num rio

Coração em fúria, dese

Quando o arco-íris ri pra Terra
E o sol divide o céu com a fina chuva
Na boca da ciência é contra tempo
Pra gente é casamento de viúva

Disseram para mim que o arco-íris
Andou roubando as cores de um jardim

Vem do céu, a imaginação

Aviões ligeiros cortam as nuven

O sonho vê
O menino sonhando
A paisagem vê
O menino olhando pra ela
Pra ela

A várzea o vê
Se libertando
E o céu azul
Vendo e ele voando pela janela
Janela

Sem tirar o pé do parapeito
E o pé direito firme sobre a cadeira
Ele finca bandeiras em t

Pão pro pica-pau
E rapadura pro lagarto
E para cobra papa-ovo
Vai de novo
Papar ovo, papar figo e amendoim

Pipoca pra fera
E paçoca pra pantera
E para o pinto
Vinho tinto
E no palito
Um sorvete de pitanga pro pinguim

Mingau pro macaco
E a baba

O vento leva as flores pro céu
Histórias voam, pássaros deitam
Meus sonhos, nuvens, paz, algodão
Heróis, princesas, mágico, fogo

Uh uh uh uh uh
Eu não sei o que fazer

Meus pés flutuam nadam no azul
Meu corpo espera, agita, liberta
Dragões esquecem, brincam no

Francisco, chico, vem brincar um pouco
Severino venha pra cá, biu
Bia, beatriz, vem brincar de novo
Vem mudar os nomes pra melhor chamar

Daniela, dani vem pra dançar
Manuela, manu, vem brincar
Quando deixamos de ser criança
Todo mundo teima em nos chamar

De gu

Na bolha de sabão
Eu vejo o mundo ao contrário
E assim flutuando
Ele é mais descomplicado

1 canudo colorido
3 colheres de imaginação
2 raios de sol quentinhos
1 copinho de água e sabão

Pegue os raios de sol quentinhos
E misture com sabão
No canudo colo

No Lado de lá
Ou no lado de cá
Debaixo do véu
Na proa do chapéu
De pernas pro ar
Cruza um mesmo céu

Se for para Alá
Ou para Oxalá
Papa num bailéu
Cada qual no seu
Dentro de um altar
Sob um sétimo céu

Brancos e negros
Muçulmanos e ketos

Ele e seus afagos de cirros
Vive com a cabeça nas nuvens
Ele e seus ataques de nimbos
Vive com a cabeça nas nuvens

Ele acha que é correto
Ficar em cima do teto
Contemplando a solidão
Da imensidão

De paraquedas ao avesso
Como se o seu tropeço
Fosse a fa