Os olhos da cidade estão te espreitando
Pelas ruas, pelas praças
Perseguindo os teus passos, onde e quando
Os olhos da cidade estão te acompanhando
Te seguindo pelos becos
Escondidos pelas noites, te espiando, te espiando

Cuidado, minha irmã, com os olhos da cidade

Ah se o mundo soubesse cantar e viver como vive a criança
Que não sabe ainda odiar
Ah! Se o mundo parasse um pouco e fizesse do amor, a esperança
Neste mundo teria mais paz
Não mais guerras de irmão contra irmão
Nem vinganças que a tudo destrói, nem a farsa tivesse lugar

Pra você, que acha que as coisas
Que a vida oferece tem sempre um motivo
Eu guardei este modo insensato
De ler entre as folhas fechadas de um livro

Pra você, que procura razões
Para todos os fatos do seu dia a dia
Eu lhe mostro a segura maneira
De andar como um cego

Seremos, talvez, pedaços de barro
Que um sopro divino criou a razão
Seremos, então, os seres pensantes
Jogados no mundo, brigando por pão
Seremos aqueles que foram escolhidos
Pela semelhança ao criador
Seremos no mundo os inteligentes
Que morrem por moedas de pouco va

Vieram da noite dos tempos
Com a vontade esculpida a ferro e fogo
Abrir estradas, espalhar caminhos
Foi um destino palmilhado com fervor

Se assentaram como aves em rodeios
E cada qual foi conquistando o seu quinhão
Pra demarcar os limites das fronteiras
Uniram língu

Boiadeiro, vai
Pelo campo a fora, eia, eia, boi, boi
Boiadeiro forte
Não controla a hora, eia, eia, boi

Subindo pelas colinas dos campos verdes do sul
Varando a campanha imensa montado em seu cavalo
Não teme o cair da noite, nem o Sol do meio-dia
O seu grito, se esp

Sempre que o sol aparecer
Não deixe que nada perturbe a chegada do amanhecer
Esta vida vai ter que ser como os pingos da chuva
Que chegando da imensidão plantam no duro chão a esperança
De um dia encontrar a paz que se perdeu no cais
Da insensatez do homem sem fé

Ah se

Foste o meu ideal, o meu supremo desejo
A mais terna inspiração
Um sonho que passou, o amor extremo
Que alegrou meu coração
Foste a história de amor

Paixão de minha mocidade
Motivo desta saudade
O amor mais sereno, a paz da minha vida
Lágrima e despedida
E a

Posso não ter jeito, ninguém é perfeito
Mas o coração tem suas próprias leis que a razão esquece
Sei que não sou santo e nem quero tanto
Nesta vida, a gente não escolhe o porto

Vai seguindo em frente
Não me peça agora pra mudar de ser
O que as cartas dizem e as estrelas

Já raiou o dia, que alegria
É primavera em toda a terra
O sol nascente aquece a gente
Que grita paz a caminhar
Já floriu a flor do nosso amor
E eu te agradeço por este apreço
Alegremente caminha a gente
Se dando as mãos, como irmãos
Eu só quero ver o mundo assim

Enganam-se os loucos, que sempre pensaram
Que matando os amantes, também matam o amor
Mesmo que torturem e fuzilem os corpos
O amor, esse, vai sobreviver ileso
Apesar dos déspotas
Algozes, pérfidos, ferozes
A rajada fere, o fuzil estraçalha
Mas as balas não fulminam o

Gaudareou por coxilhas e montes, veredas, campinas
Nunca dantes campereadas
Gaudereou por rincões campesinos do rio grande amado
Como um centauro dos pampas
O corpo e o espírito independentes, as marcas na fronte
A chama ardente da tradição rio-grandense
A raça crioula qu

Pelo pampa queimado, um gaucho campeiro
Corta o frio do inverno com seu pingo estradeiro
Traz um pala no ombro e o olhar preocupado
De quem sabe que o tempo não é bom para o gado
Pela terra sedenta, campereando o tropeiro
Pra reunir seu rebanho e parar no rodeiro
O seu la

Se eu quisesse agora falar de mim
Se preciso fosse abrir a alma
Não teria paz pra escrever um conto
Nem mesmo coragem pra falar de tudo
Mas começaria pelo que vi
Nesses anos todos, feliz memória
O que um velho ensina, o moço esquece
Mas o que se sofre, fica gravado

Como pedras, que rolando as ribanceiras
Se juntassem aos moirões no fim da queda
Eles vieram percorrendo mil caminhos
Com coragem, desbravaram os matagais deste lugar
Como as águas de um rio nas cachoeiras
Se encontram nos remansos, silenciosas
Mãos unidas, pés no chão, e

Ida sem volta
Você se foi, pra muito longe, pra além do mar
Pra além dos montes
Não sei o que faço, pra te convencer
De voltar aqui

A tua luz, não se apagou, da minha mente
Mas seu sorriso se foi
E o que é que faço pra me convencer
Que é pra sempre
Que gosto

Terra que água comeu
Gente que a água espantou
Rio que subindo as barrancas
Se fez lago e a tudo inundou

Era uma vez sete quedas, que a natureza pariu
Tinha até o arco-íris como moldura de um rio
Que despencava imponente pelos abismos e grutas
Que há milênios gerou<

Tenho que lutar com tempo
Mas sei que não venço
Tento ao menos explicar o que é que eu penso
Da idade das memórias estou ficando mais velho
Contando lindas histórias, contando lindas historias
Poeta é um sujeito estranho que diz coisas tão bonitas
Fala da vida das ruas, d

Marinheiro, marinheiro
O que busca neste porto
Marinheiro, marinheiro
Tens o Sol do mar no rosto

Ele veio chegando
Sozinho do meio do mar
Trouxe um barco de velas
Bem brancas, abertas ao ar
E na praia, num dia de outono
Seu barco atracou
E sem nome, sem

Me ensine pajé
Que a cultura indígena
Não é o que dizem e a imprensa relata
Que não é a cultura de quem aprisiona
Os irmão brancos em busca de terra
Mas é aquela que clama

Um pedaço de chão pra salvar sua espécie
Me ensine pajé
Que tua posse ancestral
Não é