O vento arrepiando a quincha
Guasqueia a chuva no oitão
Em escramuças relincha
Pelas frinchas do galpão
Corto um tento enquanto incha
A erva pro chimarrão
Bombeando a cuia morena
Serena, leito de rio
Arrocho o bocal dos sonhos
Lonqueando o peito vazio
Pra

Hoje tem bailongo
Na Maria Preta
Que ninguém se meta
Pelo meu traçado
Vou chegar borracho,
Metendo a paleta
Campeando uma teta
Pra mamar deitado

Tô há mais de mês
Lidando c'os bicho
Sem ter um cambicho
E nem sequer um trago
Me vou alarmado
Qu

Esta minha garra campeira
Companheira do garrão
Que do peão é parceira
Nas lides com redomão

Amadrinhaste este qüera
Nas campereadas e domas
Sempre nas lides de campo
E com chinas redomonas

Minhas chilenas, cantilenas
Morenas de voz suave
Das aves vem

Se eu me for
O que será de nós?
Quem vai domar os potros?
Recorrer a invernada?
Quem vai servir meu mate?
Me amar na madrugada
Se eu me for
O que será de mim?
O que será de ti?
Se eu me fizer estrada

Sei que os rumos
Serão para mim resumos
De um

Por certo as bruxas que trançam
As crinas da cavaiada
São as mesmas que por hora
Deixam a tropa assustada

Ao reculutar o gado
Pra o banho ou vacinação
Alguns refugam a porteira
Como vendo assombração

(Quantas vez um pé de vento
Me fez perder o chapéu
S

Eu sei...
Saudade segue a gente, coração
Também,
Não volta pra casa
Faz bem
A lágrima no rosto
De alguém
Com alma de rio
Faz frio
E a vida leva tempo pra aquecer
Vai ver
Que é o meu chamamé
Por que
A lenha em mim não queima?
Cadê
A paz

Colorado, encilhei bem ao eu gosto
Badana velha que cortei de um tirador
Cacho quebrado e um laço a bate cola
Bato na marca pra o rumo do corredor.

O dia é grande e já chega campereando
Par de chilena abraçando as garroneiras
Chapéu tapeado pra bombear os horizontes

Te vejo linda morena
Com olhos cheios de campo
E o verde cobre o terreno
Que beija o céu com seu manto
Teu rancho sombra espichada
Renasce junto com o dia
E um joão-de-barro por gosto
Põe vida na calmaria

De longe vejo a morena
Benzida de serenetas
Image

Dom Emilio Solanet
Campeou pelas tolderías
Uma tropilha selvagem
Pra formar sua monarquia

No vales da Patagônia,
No rigor de uma estação
Pastava livre uma eguada
Com a marca do coração.

Era a famosa tropilha,
Formosura de uma estampa
Do cacique “Dom Ju

Linda minha estampa domingueira
Quando chego no povoado...
Trago além da minha fronteira
Uma sina musiqueira
De quem vem contrabandeado...

Bueno este potro de rendilha
Num trancão de pisa-flor
De uma pelagem tordilha
Traz a origem da tropilha
Pela mão do dom

Nesta vida de tropeiro
Vi cantar o João barreiro
Sobre a quincha do seu rancho
Eu só tenho o meu arreio
E guapeio o tempo feio
Na baeta do meu poncho

O barreiro tem querência
E por esta consequência
Ele tem a sua morada
E pra mim só o que resta
É não mai

Madalena flor do campo
Com dois olhos pirilampos
De arrepiar então o pelo
Num domingo de carreira
Me topei com a boieira
Com uma rosa no cabelo.

Apeei do meu picaço
Já levando um tirambaço
Do olhar da Madalena
Num jeitão galanteador
Fiz ruflar o tirador<

Quem já montou Itaí
Um nobre Tupambaé
Traz a marca campeira
Dos campos lá de Bagé

Quem com estilo cavalga
Num pingo que é um pensamento
Pecha boi e sai ao tranco
Num lá fronteira tormento

Só mesmo o Wilson Souza
Exemplo de gauchismo
Bronze vivo da fron

Vinha ao tranquito na estrada
Bolichiando em cada rinção
A buena suerte eu buscava
Jogando a vida na tava
Pros males do coração

Aprendi por onde andei
Como um pássaro sem ninho
Que somente uma bela flor
Cura todo o desamor
Que encontrei pelo caminho

Po

Topete pega mao largos
Aos cuidados do campeiro
Pingos bem apresentados
Pro orgulho pra o cabanheiro
Na mais gaúcha vivencia
Cada toso hay um segredo

Cada cavalo é um cavalo
Seu biotipo e estilo
Uns de pescocito leve
Pra o toso de cogodilho
A atraque um

Que vento é esse
Que chega forte
Abrindo claros no pastiçal?
Que faz rumores,
Que traz temores,
Vento que arrisca, vento bagual

Sopro campeiro
Meio maleva
Tu que me levas a imaginar
Que de onde sopras
Vivem as tropas
Que pelos tempos ando a buscar

Vinha Baltar se aumentando
Um florão de Colorado
Um tigre de queixo atado
Estampa, marca e função

Pala torcido na mão
Das cores do seu estado
De surrar uco aporreado
Das canchas de um chapadão

Uma saudade matreira
Negaceando um faz de conta
Estrelas de

Talvez eu conte algum causo
Desses com "firma cavalo"
Desses de faca na bota
Peleando contra fantasmas
Que abrasam cá no meu rancho
Quando mateio solito...

Talvez até conte outro causo
Desses de apear sem estribo
Desses de achar que a tristeza
É o galpão do

O velho gaiteiro tocava bugio
Valseado, vaneira e algum xotezito
E se perguntassem qual pago nascera,
A voz já cansada dizia "São Chico"

Lá no Rincão Da Mulada
Num rancho costa de mato
A cordeona se espichava
Nas munheca do mulato

(E varava a madrugada
O s

Num galho de pitangueira
Falquejado pra ocasião
Minhas rédeas penduradas
São enfeites do galpão

Entre um mate pura-folha
Assim me ponho a pensar
Meus olhos ficam molhados
Com as coisas do lugar

(Saudade do meu cavalo
Nas manhãs quando encilhava
Um ping