Se deus não vier (eu já não sei)
Desde esse céu (que eu já não sou)
Até a montanha
A montanha

Se eu disser: subo a estação
Embarco no chão (no céu)
Ou fico num trem (finco num chão)

A bordo no vão que se vai
Um milhão
Um milhão
Um milhão
Cem mil

Eu sou
A casa que me couber
A casca que envolve
O acaso que hoje é
O vento que move as coisas sem nome
Eu vi outro homem

Não!
É a casa quem mora em mim
Eu falo pra chuva
Eu danço no vento
O vento me move pras coisas de homem
Eu vi um menino

Eu

Teu corpo seminu
Uma escultura vil
Teu corpo semideus de chumbo

Os pés, o chão, a dança, o pó
inventa o leve, engenha o nó

Teu corpo semiluz
Quem sempre te vestiu com as cores surreais do mundo?

Enfeitador do tempo, e só
Enfeita a dor do tempo, e só

Martela Pataf
Variou
Dentro do Engenho
De copas fora
A carta é sete
Na mesa de isopor
Na mesa de isopor
Jujuba é um real
Deu Pt
Tucano no jornal
Perdi a estação
De alguma estação

Eu, tão leve, me calo
O caos move o mundo
Mas não invade o nosso lar
A gente, um só
Cabe, saudade cabe
A gente longe, eu sei
Saudade num café
Na chuva breve
É verão

Veja você, um turbilhão
Quadril de motor
Minha sombra num trem
Sai jornal, traz jornal
Mas nada do novo me faz suspirar
Teu beijo é bom
Eu odeio você
que constelações são coisas do axé
Eu digo que não, saudade do sim