Gosto de Sol
Espalhou-se em mim
Nuvens no céu
Brilhante cetim

Pedra no rio
Faz de trampolim
Pula, sorri
Brinca curumim

Velha e nova esperança
Avistadas na criança
Retém força e energia
Pra correr na luz do dia

Hoje o Sol não vai brilhar
M

Abriu a janela e o Sol nasceu
Surgiu a esperança de viver
Ouviu, falou, pregou na dor
Sentiu o amargo do amor

Quem poderia
(Imaginar)
Que o verbo iria
(Conjugar)
A calmaria
(E entregar)
Sua angústia, seu suor, seu sangue pela morte

Se foi e o cálic

Depois de um tempo as horas passam bem ligeiro
Os anos voam e tiram as coisas de lugar
E o que era casa abrigo
Hoje tá preste de ruinar

Dias estranhos que nos pega de mau jeito
Santificamo até quadrilha errada lá
E aquela paz, menino, e aquele amor sem medo
E aquela

Ai-ai-ai-ai
Eu me acostumei
Como é que vai ser pra agora mudar?

Não sei mais
Sei a dor de não ver é menor que vagar pra buscar

Ai-ai-ai-ai-ai-ai
Um bonito prazer com hora pra acabar
Um estranho lazer que te leva a sofrer
Uma morte sem ter outro lado pra espera

Jesus
Escolhi viver meus sonhos, não os teus
Decidi trilhar meu rumo e o teu deixei
Deixei com a minha cruz que não carreguei

Jesus
O meu ego me afastou do teu querer
Eu queria um caminho largo pra correr
Esqueci que é apertado e passo a passo

Enfim, me parou

É de manhã
E eu bem melhor estou
Agora é continuar
A canção não parou

É de manhã
Se a noite foi ruim
Eu nem lembrado tô
Não me deixou sozinho

O Sol chegou pra eu Te olhar
Eu que só ouvia falar
Perco outra vida pra Te ver
Como nasci eu fiquei e part

Alguém daí já se pegou
Numa noite fria e sem luar
Inquieto pra lá e para cá
E o sono embora sem tu deixar?

E logo mais vai clarear
Sol vai chamar pra trabalhar
Um dia novo, uma velha questão
Cadê o sossego? Volta mais não?

Levanta e vai
E de novo faz e ain

Ooh
Eu fiz um samba
Nem dá pra hillsonguear
Como que faz pra pegar?
Será que vai dar?
(Não deu)

Eu fiz um samba
Nem dá pra hillsonguear
Como que faz pra pegar?
Será que vai dar?

Eu não sei fazer um clima
Meus mantra nem pega não
Minha canção po

Ladêia á ê jardim
Ladêia á dirmanchou

Planejei o meu jardim
Lagos Flores Passarim
Cores todas pra sonhar
E o temor lá de fora do outro lado há de ficar ôôô

Quando nem esperei o vento deu
Fui correndo à toa salvar o que é meu
Tempestade é destino nem vá lutar

O que vou sentir
Se a luz estava apagada sempre aqui?
Cor do céu e do mar
A flor mais bela e o caboclinho só ouvi cantar

Curumim cresceu
Seus cachos lindos eu só sei se eu tocar
Se sua pipa torar
Não dá pra eu buscar
Filho me perdoará?

Nunca nada viu
C

O meu menino tem cheiro de saudade
Talvez jardim, verdade e liberdade
Tem olho nu, profunda piedade
E cada dia o leva àquela tarde

Ele arrancou de mim
o meu melhor sorrir
é meu filho, meu Deus
É, é nosso Pai, é fim
é fim do estar sozinho
Do meu quintal saiu<

Porque a vida sem ela é incerta
E a certeza se ela num vem
Vai simbora' a beleza sincera
Feito a paz que procuro em outro alguém

E ela é feito um frio que corre
Longe do braseiro
Pula pela cerca
Faz do rio, pandeiro

Lembra da verdade
Mora na esperança

Zabelê vem cá
Deixe eu te perguntar
Onde é calmará?
Onde é calmará?

Zabelê, por bem
Vou contigo também
Voe outra vez além
Voe outra vez além

No meu sonho de menino
Tem rede e um mar bonito
Louvação no infinito
Louvação no infinito

Mas meus ol

E o seu menino esperto cantou o que ninguém viu
Samba, baião, com coco, rock e até um assobio
Saiu de casa pra mostrar o Brasil que ninguém viu
E eu também vou
Hoje tem Paraíba, nós aqui

Eu não quero me distrair
Quando amanhã tudo ficar belo e sorrir pra mim
Vão que

Ineará, inearê

Eu logo vi que a cor
O tom, o gosto era só teu
Menino o azul nem deu
Prefere o breu que esconde o eu

Carrega aí calado o fardo
De no amor tu ver quem és
Esconderijo
A roupa falha, a força cala
E eu te aponto a fé, é

Pra você sorrir, se

Desaprendi a ouvir o som da tua boca, eterno
Quis segurar no que eu fiz, me revirei no passado
Não sei cantar, vem me ensinar agora
Não sei calar, deixa eu te ouvir agora

Desaprendi a encarar a solitude da alma
No abandono o pavor, a insustentável fraqueza
Não sei ficar

Ela se levanta
Pra viver uma nova dor
Com a força de quem
Não se iludiu com o esplendor

Tá quase cega, mas
Vê mais além, graças ao Senhor
Vê a beleza que o
Raiar do dia não levou

Yehi, or
Do alto do céu, bem antes do mar, sem fogo forma e ar
Começo a juntar, aqui acolá, criar, criar, criar

Deixei me inventar, a mente aflorar, a alma avarandar
Deserto e luar, rio vai devagar, pintando o verde ar

Ascenderei no céu o candieiro
Que navegará do que

Deixou um tantim aqui, o bastante, o suficiente
Pro que é de graça se alastrar igual fagulha no mei da seca
Deixou um pouquim aqui, pra nossa vida devotar
E de volta em volta que o mundo dá, irradia a criação
Passe em volta, prece em vista
Tem um pouquim de Deus aqui em nós</

Nesse mar eu fui além
Meu barco se afastou demais
Dei ouvido ao meu encanto
Agora é tempestade
Eu acho que vou naufragar

Vento e chuva vão tudo acabar
Mas vejo outro porto lá
Salto, é minha esperança
Anseio me salvar
Naquele cais que não é o meu

Ooh