Oriundo do fundo do mundo
Vagabundo moribundo
Nem por um milissegundo
Serei aceito
Como um ser direito
Perfeito
Segundo o seu preceito

Pois no peito
Carrego
Algo de entrega
Como cabra cega
Algo que nega e não vê
E procura
Sem saber o quê

Se meu barco é veleiro
Preciso demais de mar
De mais mar

Meu amor tem corroído
O aço dos dias nem sinto
Aqui meu mar
Não tem espaço
Não cabe amor
Em mim
Seu barco

Estamos a marcar o tempo
Com o tempo só o vento há de ficar
As folhas que caíram

Cada lugar
Me dá vontade de chorar
Me dá medo, esperança e saudade
Se falo alto
Tem quem tente me calar
Mas no meio da vontade
Há coragem asa

Manda quem obedece
Cala quem tem juízo
Quem disse: Manéra rápa!
E meteu as cara
Eu nem te digo
A praça d

Acima da lótus
Dentro do bóson

No meio do meme
Grudado no gene

Correndo com a luz
Morrendo com a cruz

Nos corpos nus
E nos solitários

Gritando de fome
Chorando de amor

Na boca do lobo
No riso do bobo

Nos palcos, cadeias
Vazios e che

Eu tenho outras deixas
Outras queixas que não te cabem
Que não têm a ver com o imenso oceano
Que você deixou entre os nossos nós
Essa história de querer quando convém
Já disse outra voz também cansada

Vai tirar seu sono
Vai te despir na rua
Vai triturar sua vaid

Agora sem ter voz eu canto
Sem coragem me levanto
Minha fé não é num santo
Nem me enrolo num manto
Fingindo que não fingia

Me inspirou a capoeira
O velho, a mulher, a madeira
Quando entrei na cachoeira
Foi pra escapar da ladeira
Em que minha vida descia

<

Derrubei um punhado de semente pelo caminho
Derrubei no meio da pedra e do espinho

De repente deu-se a chuva
Por acaso fez-se o sol
Sem querer
Tudo brotou

Mas agora
Quando eu planto direitinho
Trato a planta com carinho
Rego e rezo todo dia

Nasce nad