Desci o rio nas correntes temperadas
Eu sou barquinha, sou canoa, sou jangada
Vou navegando nos encantos de opara,
Opara, opara

Ê canoa-a-a
Ê canoa, canoa, canoa

Sou massangano no encontro dessas águas
Sou ribeirinho do angari sou nego d'água
Vou desvendando o

Manhas de taipa

O rei dos brutos passou em mim
E um conto deixou
Desde o comeco eu sempre quis o fim
Mas o rosto molhou

Me lembro das tardes de manhas de taipa
Eu lembro das tardes de manhas de taipa

A vasta concepcao da palides do moinho
O meu esconderijo l

Que lua é essa?
Se sou filho, sou um neto, sou um verso
Se meu bairro soubesse tal abismo
Se a força do esforço talvez viva
Poço rouco e lama de cascalho
Prezam por quê o sol aqui é mais baixo
Prezam o sol é quente e eu pago

Não me importo com o templo dos teus olho

É tocaia
Caia não
Emboscada
Traição

É preciso saber menino
O que se pode fazer
Nas quebradas do destino
Tudo pode acontecer
Esse troço é desatino
Isso todo o mundo vê
Essa vida é o melhor ensino

Tu vai ter que aprender.
Vai ter que aprender!

Me conte seus dias de folia
Para compensar a falta de carne
Enquanto valer o dinheiro, as regalias,
Em troca, suas verdades
Amanhã vem vindo o marceneiro
Para consertar a nossa amizade

O apego cresce e obedece
À vontade de crescer
Ô Iê! Ô Iê! Vontade de crescer<

Me prose um trecho
Apia jumento coiceiro
Inale meus versos
Coisinha tu é desispero

Ó o mala ae o
Ó o mala ae o
Ó o mala ae o
Vixi, oxente, bichim

Me prose um trecho
Apia jumento coiceiro
Inale meus versos
Coisinha tu é desispeto

Ó o mala ae o