Onde estão as flores que plantei na janela
Flores de uma praça, algumas rosas vermelhas
Sonhos que sonhei bem distantes da guerra
Américo me lembra um céu de estrelas
Uma estrada me lembra
Onde estão as flores que plantei na janela
Isso tudo ainda não me sai da cabeça

Eu não como essa carne
Não mato animais
Não bebo esse sangue
Essa morte no olhar
Eu não uso essa pele
Não me cubro de dor
Não se tira o espinho sem matar a flor

Tantos gritos sofridos
Nesse filme de horror
Animais contorcidos
Em gemidos e dor
Essa ca

Vou seguindo aquela voz
Presa aqui dentro do peito
Pode ser uma visão
Pode ser um pensamento
É tão grande a solidão
Na multidão eu não me vejo
É tão grande a solidão
Na multidão eu não me vejo

Sufoque o amor, a vontade
Somos filhos sem pátria
O nosso hin

Podemos pegar as palavras como lava de um vulcão
Podemos parar o carro com a placa na contra mão
Acender e apagar um cigarro, dar mais um trago
E gritar que não!

Podemos soltar a língua e a poesia escorrer no chão
Furar o dedo no espinho, pisar na grama sem permissão
C

Tudo que eu tenho visto, apocalipse e precipício
Tudo que eu tenho falado, todas as coisas já foram ditas
Invadindo a sociedade, igrejas tão malditas
Espalhadas em todos os cantos, no centro da cidade
Vendendo o evangelho, fazendo falsos milagres
Tirando em nome de Cristo, o

Sonho perdido vida estragada
Não tinha ninguém era abandonada
Dormia na rua comia o que dava
Coitada...Coitada...

Vivia na sua corria assustada
Roubava na esquina vendia por nada
Queimava uma erva o mundo apagava
Sonhava...Sonhava...

Andava sempre na contramão

A nossa música é mato da calçada (2x)
Não dá pra arrancar não dá pra arrancar

Por isso nasce na rua por onde você passa
Toda verdade é nua além da própria desgraça

Nós somos mato da calçada (3x)
Não dá pra arrancar

Você tem medo do que eu possa fazer
Você tem medo do que eu possa dizer
Não teve medo de me abandonar

Eu me feri, não posso fingir
Na rua escura eu quase perdi
E o teu olhar parecia tão perto
Mas minha era alma era como um deserto
Eu só queria ver os teus olhos

Eu estou aqui
Você não pode me ver
Mas eu posso ver você
Porque você não me vê
Porque eu vejo você

E nessa ótica caótica eu posso te ver
E nessa ótica meio mística, meio "mioptica"
Porque eu sou míope e uso óculos

Você não pode me ver mas eu posso te ver (Bis

Fui aprender na escola sobre o meu país, ouvi tantas histórias como ser feliz
Mas minha cabeça de criança como poderia entender
A miséria na infância é tão difícil esquecer
Olhava da janela o Brasil é tão gigante

Morava na favela não via o horizonte
Todo final de semana ven

Homens que lutam sangram pelo chão
Como se a morte fosse a inspiração
Tanques e granadas Deus e oração
Palavra por palavra desarmo esta canção
Palavra por palavra desarmo esta canção

Refrão 2x

E a minha voz encontra essa menina
Tristes são os olhos da Palestina

Paredes, paredes...
As paredes que se estendem me alongam o entendimento
As paredes que me cercam são de ferro e de cimento Bis

São de ferro, são de ferro e de cimento
As paredes que me prendem me libertam o pensamento Bis

Me líber, me libertam o pensame

Eu te procuro pois estou tão só
Do quarto eu nem escuto mais a tua voz
Você não sabe o que me aconteceu
Aquela criança agora cresceu
Me enxerga, me enxerga
Me põe nos teus olhos e vê
Que eu já cresci mas não cresci pra você
Que eu já virei o mundo e você nem notou

O azul do céu e eu sonhando
Escrevo no papel... eu te amo
Escrevo no papel... eu te amo
Te querendo mais
Posso transbordar o oceano

Absurdo, absurdo...
Te curto, te curto
Absurdo, absurdo...
Te curto, te curto

O azul do céu e

Por que eu vou ao campo e torço?
Se em minha casa eu choro e rôo o osso
Por que eu pulo de alegria?
Se a geladeira ainda está vazia
Por que o gol me salta o coração?
Se em minha mesa falta o pão

Digo, digo, digo... a vida é uma ilusão
Digo, digo, digo... a vida é

Um homem de joelhos sob os pés da escada, a catedral vazia, sua vida é nada
No pensamente o gosto da morte, a fé sufoca a dor, não cicatriza o corte

Um homem de joelhos sob os pés da escada, no peito traz a dor e o frio da madrugada
Nos olhos o silêncio do deserto, chorava a sorte

Aqui neste silêncio, deste quarto assombrado
Escuto a sinfonia dos aflitos, dos que foram condenados, queimados
Pela Santa Inquisição
Não me fale das escritas eu não quero um sermão
Eu só trago as feridas, não tenho religião
Sim, mas eu creio em Deus! Sim, eu não sou ateu!

Cabeça decepada
Cabeça pendurada
Cabeças, cabeças

Cabeça separada
Cabeça amassada
Cabeças, cabeças
O que você fez da sua cabeça?
Cabeça que não pára na cabeça, não é cabeça

Varal de cabeças, varal de cabeças
Pendure nessa corda, depois enlouqueça

C