Charlie Chaplin (Banda) - O Grande Ditador
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- Published 2024-01-01 00:00:00
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- Charlie Chaplin (Banda)
- O Grande Ditador
- Translation by: panzas
O Grande Ditador
Sinto muito, mas não pretendo
Ser um imperador
Não é esse o meu ofício
Não pretendo governar ou
Conquistar quem quer que seja
Gostaria de ajudar, se possível
Judeus, o gentio, negros, brancos
Todos nós desejamos
Ajudar uns aos outros
Os seres Humanos são assim
Desejamos viver para a felicidade
Do próximo, não para o seu infortúnio
Por que havemos de odiar
E desprezar uns aos outros?
Neste mundo há espaço para todos
A terra, que é boa e rica, pode prover
À todas as nossas necessidades
O caminho da vida pode ser o da
Liberdade e da beleza, porém nos
Extraviamos
A cobiça envenenou a alma dos homens
Levantou no mundo as muralhas do ódio
E tem-nos feito marchar a passo de ganso
Para a miséria e os morticínios
Criamos a época da velocidade
Mas nos sentimos enclausurados
Dentro dela
A máquina, que produz abundância
Tem-nos deixado em penúria
Nossos conhecimentos fizeram-nos
Céticos; nossa inteligência, empedernidos
E cruéis
Pensamos em demasia
E sentimos bem pouco
Mais do que de máquinas
Precisamos de humanidade
Mais do que de inteligência
Precisamos de afeição e doçura
Sem essas virtudes, a vida será
De violência e tudo será perdido
A aviação e o rádio aproximaram-nos
Muito mais
A própria natureza dessas coisas é um
Apelo eloquente à bondade do homem
Um apelo à fraternidade universal
À união de todos nós
Neste mesmo instante a minha voz
Chega a milhares de pessoas pelo
Mundo afora
Milhões de desesperados
Homens, mulheres, criancinhas
Vítimas de um sistema que tortura
Seres Humanos e encarcera inocentes
Aos que me podem ouvir eu digo
“Não desespereis! A desgraça que tem
Caído sobre nós não é mais do que o
Produto da cobiça em agonia
Da amargura de homens que temem
O avanço do progresso humano
Os homens que odeiam desaparecerão
Os ditadores sucumbem e o poder que
Do povo arrebataram há de retornar ao
Povo
E assim, enquanto morrem homens
A liberdade nunca perecerá
Soldados! Não vos entregueis a esses
Brutais que vos desprezam, que vos
Escravizam, que arregimentam as
Vossas vidas, que ditam os vossos
Atos, as vossas ideias e os vossos
Sentimentos!
Que vos fazem marchar no mesmo passo
Que vos submetem a uma alimentação
Regrada, que vos tratam como gado
Humano e que vos utilizam como bucha
De canhão!
Não sois máquina! Homens é que sois!
E com o amor da humanidade em vossas
Almas!
Não odieis! Só odeiam os que não se
Fazem amar
Os que não se fazem amar e os inumanos!
Soldados! Não batalheis pela escravidão!
Lutai pela liberdade!
No décimo sétimo capítulo de São Lucas
Está escrito que o Reino de Deus está
Dentro do homem – não de um só homem
Ou grupo de homens, mas DOS homens
Todos!
Está em vós!
Vós, o povo, tendes o poder – o poder de
Criar máquinas. O poder de criar felicidade!
Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta
Vida livre e bela
De fazê-la uma aventura maravilhosa
Portanto – em nome da democracia –
Usemos desse poder, unamo-nos todos
Nós
Lutemos por um mundo novo
Um mundo bom que a todos
Assegure o ensejo de trabalho
Que dê futuro à mocidade e
Segurança à velhice
É pela promessa de tais
Coisas que desalmados
Têm subido ao poder
Mas, só mistificam!
Não cumprem o que prometem
Jamais o cumprirão!
Os ditadores liberam-se, porém escravizam
O povo
Lutemos agora para libertar o mundo
Abater as fronteiras nacionais, dar fim
À ganância, ao ódio e à prepotência
Lutemos por um mundo de razão, um
Mundo em que a Ciência e o progresso
Conduzam à ventura de todos nós
Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!
Hannah, estás me ouvindo?
Onde te encontrares, levanta os olhos!
Vês, Hannah? O sol vai rompendo as
Nuvens que se dispersam!
Estamos saindo da treva para a luz!
Vamos entrando num mundo novo
Um mundo melhor, em que os homens
Estarão acima da cobiça, do ódio e da
Brutalidade
Ergue os olhos, Hannah!
A alma do homem ganhou asas
Eafinal começa a voar
Voa para o Arco-íris
Para a luz da esperança
Ergue os olhos, Hannah!
Ergue os olhos!
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