Calado

Nossa capacidade de poder ferir
Toda iniquidade que está aqui
É a nossa arma branca, nossa segurança
Pra classe a confiança é compreender a herança

Poder criar certeza na incerteza
Isso que não muda quando tudo muda
Inda que nada mude, e por aqui nada muda não

Romper agora as bases imóveis
Nas ruas nos prédios nos automóveis
Dessa nossa grande amada, fardada, idolatrada
Pátria salve, salve
Falhando sob o sangue
De um tiro revelado
Perdido nesse espaço

Lá atrás Canudos desarmado
Das cabeças arrancadas
Nesse campo de batalha
A fome do meu lado
Pode me tornar escravo

Mas não vou ficar
Mas não vou ficar
Calado

Que a nossa habilidade de estar aqui
E de boa vontade poder sentir
Com muita confiança, super segurança
É a nossa luta franca, cara e imensa dança

Poder criar certeza na incerteza
Isso que não muda quando tudo muda
Inda que nada mude, e por aqui nada muda não

Limites tosco sempre a um passo
Com cadarços dos sapatos apertados
Ver as feridas vivas sempre expostas
Sob um céu azulado

O mal alimentado
Num sorriso ressecado
Das mentiras mal contadas
Pela nossa pátria armada
Muito mal-intencionada
Pandemia no talo
E porcos faturando alto

Mas não vou ficar
Mas não vou ficar
Mas não vou ficar
Calado