Mãe preta chamou
Mãe preta chamou

Clareia luar
Mareja os olhos de saudade
Não faltou fidelidade, mesmo longe do rebento
Negras de beleza rara, que vêm da senzala
Pra cumprirem a missão
Do ventre a vida entregue a sorte
Do seio, amamentação
Reluz ternura no o

Seca, sol ardente, alma triste
Sertanejo resistente, é valente não desiste não
Talento é a armadura, dessa luta dura da vida
A lama passeia nos dedos, desperta alegria contida
O suor da lida rega o solo do sertão
Brota no barro o sonho do menino
E eterniza o Mestre Vitali

Traços no compasso do infinito
Magia das cores ao som de tambores
Matizes se encontram na encruzilhada
A vida se cria, floresce nossa morada
Despontam os galhos no chão do Ayê
Toque de Olodumarê

Quando oxossi gira em terra, é flecha de guerra
Alastra o fogo que entr

É fofoca, é fuxico
Me contou, eu abro o bico
Tá disparado o comentário em toda rede social
Que a coruja é campeã do carnaval

Se liga! Vou mandar o meu recado
Não é papo furado
O boato se espalhou
Vem do tempo das cavernas
E até hoje pelo mundo faz baderna
Se

Não sei se foi sonho meu, mas eu me pus a voar
Sob as estrelas do céu, sobre a espuma do mar
Fechei os olhos pra ver a poesia nascer aquarela
Um grande amor, meu grande amor era a Portela
Ainda está lá o meu coração
Deixei os meus sonhos na mesma estação
O tempo corteja s

Oguirê... Ê mukuiú no ayê
Nkisi e pedra preta
Oke odé oke!
Dindinha ilumina o caminho
Tem pó na estrada pra me proteger
Mojubá! Tem magia... Tem xirê
É fogo no mato, perfume e poeira
É sonho é quebranto nas terras de são salvador
Jubiabá... Cabeça feita então part

É verdade esse bilete, a mudança é agora
Malandragem dá um tempo
É nossa hora
A são clemente chegou, a casa caiu
Quem acredita no Brasil?

Sabe o tal conto do vigário?
O cenário é a pátria que o pariu
Da linda e inocente pindorama
A esse mar de lama que assola o

Água de cheiro, amor
No toque do tambor
É purificação, magia
Arruda e guiné, agô pra quem tem fé
O meu tigre lava a alma na avenida

O mar marejou a saudade
A sua nobreza no cais aportou
Escravizada, mas sem perder a identidade
Pelas ladeiras da cidade de Salvado

No balanço quem tá dentro não sai
E quem não tá quer entrar
Bate zabumba, ê, bate zabumba
A Lua do sertão anunciou
Eu sou Xaxado, Mancha Verde, sim, senhor!

Vim ganhar o Sol do chão rachado
A vingança é meu recado
Em terra onde prosa é facão
Do verso quente que

Oh, linda festa do meu coração
Sou experimenta da ilha da conceição
Cabra da peste, arretado e sangue forte
Sou Pernambuco e leão do norte!

Menino e sonhador
Eu vou vivendo em brincadeiras
Ao som de clarins e zabumbas
Espalho amor pelas ladeiras
Tem pé de serra

Rosa Maria, menina flor
Rainha do espelho mar
Na pele do tambor
Pranto das dores que resistiu
Deságua no imenso Brasil
Sua luz incorporou

Distante me encontro das origens
Caminho onde o corpo foi prisão
Ouro que deixou as cicatrizes
Esperança foi vertigem

Se tem magia, encanto no ar
Eu vou viajar ouvindo histórias
De um livro secreto, mistérios sem fim
Vovó desperta a infância em mim
Em cada conto sou mais um menino
Que muda a sorte e sela o destino
Lançado o feitiço pra vida virar
Pro bem ou pro mal é carnaval
E n

É negro o sobrenome da bravura
Destino de uma saga soberana
Herdeiro da justiça e da candura
Filho da costa africana
Nas águas, navega a destreza
Das fontes sagradas, destino, esperança
Em lamentos e saberes ancestrais
Maré me leva ao despertar do Sol nascente
Ori