Foi cunhã que me viu lá na beira
Foi cunhã a que me fez boiar
Foi cunhã na manhã derradeira
Cunhatã a que me fez voltar

Arrepio no meião do rio
Arrebol fez rajada no ar
Ela passa e eu desconfio
Que o mundo está quase a tornar
De ponta a cabeça, desvario
A ca

Eu vi você passar pelo espelho
Rasgando de vermelho as paredes do bar
O lugar não tinha cor
Azulejos rachados de amores acabados
Tive que me levantar

Em branco e preto
Rascunhando o soneto de te impressionar
Engasgando de amor
Dum coração fechado
Abri o cade

Quem for chorar nas profundezas do próprio mar
Deve assistir como uma gota só de existir
Excita o caos
E as águas calmas transbordam o cais
Do nada tudo é mais

Quando espelhar numa vidraça a imagem de cá
Mal vai se ver daquilo que vai transparecer
Se a luz virar a s

É preciso que alguém ponha os pés
No futuro que nunca chegou
Pra deixar registrados no chão
Os caminhos por onde passou

Essa história se escreve na luz
De um farol que atravessa a neblina
Em galope de sonho veloz
Que dispara agarrado na crina
Pra se ouvir muitas

De repente me vi nessa cidade
Sem mesmo poder ter opinado
Marcada por fé como legado

Rebentei no bom vir da madrugada
O Sol reluzindo a navalha
Que o homem de branco empenhava

Fui abrindo meu berreiro pro mundo
Nos olhos da mãe um mar profundo
O pai com uma ca

Jêje, Banto Iorubá Miscigenou com Tupi Marabá e Xangô
Se viu ressuscitar em boi bumbá
Do carnaval ao sírio de nazaré, penitência na palma do pé
Quem não dança não reza o sairé

Não tem homem que viva do terço, da reza, da castidade
Que não se tentou libertino
O negro deu

Mais de cem mil caminhando num rastro possível
De antemão condenados a sempre marchar
Vida que não anda fácil, acho que nunca andou
Pelo furo do sapato tento respirar

Andamos todos armados de blusa e vinagre
Mesmo que estrangulados sabemos gritar
Monstro invisível covar

Era um corpo, era eu
Era a escuridão
Era um, eram dois
Eram mais de trinta caras
Era louco, era rei
Era meu irmão
Era amigo, era um pai
Eram um caminhão
E ainda querendo que eu minta

Lua cheia no céu e a constelação
Vibração, fogaréu e um clarão na mata<

Qué jabaculê? Qué lambujem? Qué xixica?
Qué jabaculê? Qué lambujem? Qué xixica?
Qué jabaculê? Qué lambujem? Qué xixica?
Qué jabaculê? Qué lambujem?
Qué xixi, qué xixi, qué xixi, qué xixi

Boca de jacaré pra receber
Carneirinho pra trabalhar
E ainda reclama, reclama

Justino comentado rapina por prenhar menina, por galhá dotô
Zenildo vulgo zé sete- palmos pra matá reza quantos salmos for
Pra aliviar a dor
Tem lua na clareira do dia prosa que anuncia noite de calor
Sem mar ia se vindo pro rio luiza de dar arrepio, papai
Candango versador</

Beba o meu café
Coma o que for de comer
Leve o que quiser
Bata que eu não vou correr

Cuspa em minha fé
Quebre o meu ateliê
Beije minha mulher
Deixo a casa pra você

Não que eu queira sofrer
Meu choro é pra fortalecer
Se o rio não secar
Eu vou desemb

É tanto sonho que eu nem sei viver
Tanto pra ver, mal posso olhar
É tanta vida que eu nem sem sonhar
Nem acordar
Tanto mistério nos olhos do céu
Mundo sem fim, festa lunar
Coisas que a vida vem pra nos dizer
Sem avisar

Solto no mar das estrelas
Resto de Sol<

Mata mato atirador
Que vem do mei do mato
Mato atirador

Maracatu, baião, xaxado
Chorinho, chote, rock 'n roll
Eu quero é dar o meu recado
Por isso eu vou
Por essa curva e outra reta
Por esse tom de ver e ouvir
Eu quero a discussão completa
Eu quero ir

Mambo, calipso, lambada
Samba lêlê, reggae
Tem muito mais

Conta essa história ai, que cê trouxe da Lua, quero ouvir
Vou contar!
É uma Lua Potiguá, é isso ai, é?
Menino, até que
Conta aí, quero saber!
Tá!

É porque, nesse lugarzinho de onde eu vim
As pessoas costumam trocar o sentido das coisas
Eu vou contar!
Vou con

Foi o vinho da tinta no verso
E o cigarro adiava o discurso na mão
Era tinto o que era disperso
A mancha espalhada no chão

Os seus olhos brincando de tempo
Na janela, do lado de fora
Trouxe o samba em seu contratempo
Um jeito bobo de quem demora

Garrafas derra

No vento fogaréu
Por tudo se espalhou
Eu fui no tororó
E a água evaporou
Ó Deus a maior
Me mostra o que fazer
Pra eu não amargar
Da dor que vi nascer

Luzia, queimando
Queimou em mim
Queimava, ardia, Luzia

O rio da secura
Deságua na guerra
O rio da secura
Deságua na guerra
O rio, a guerra, o rio

O rio da secura
Deságua na guerra
O rio da secura
Deságua na guerra
O rio, a guerra, o rio

Tenho um segredo
Que eu não sei dizer
Mas vou cantar
Pra te contar
Faz tanto tempo
Que te quero bem
Já era hora de te namorar

Trago a viola junto ao coração
Quem dera fosse o corpo teu
A melodia diz que amar é bom
A mesma coisa fala o peito meu

Qua

Vim
Acabei de chegar
Louco para ficar
Bem mais perto de mim

Mãe
Faz a cama no chão
Diz o que é que eu fiz
Tô aqui, chama o pai
Pega minha mão
Que esse homem se esvai
Afastado demais da raiz

Vim
Com a certeza de ter
Meu lugar pra colher