Ó, pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
Que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes

Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor

Que se eu tive

O tempo obriga deixar ir
O tempo embaça o rosto de quem foi
O tempo come e não vê nome
O tempo engorda
Os olhos de quem tem fome

Tá com dê, tá com dó
Tá com dê dó

E o tempo atravessa
Sem nem uma pressa
Traduz em mim

Que a vida desperta
Abrindo um

Tem um ditado que diz
Que quem canta seus males espanta
Por isso quem vive cantando
Seus males está espantando

Mas me desculpe o autor
Seu ditado estou completando
É possível espantar os males
Cantando, ouvindo, tocando ou dançando

Um grande pensador
Deixo

Ah, o vento traz
Ah, lembrança traz
Tudo que marcou, como a folha cai
Nada vai curar, tudo vai ficar
Correnteza dessas águas vão levando o amor

Ah, a brisa cai
Ah, uma gota cai
Piso nesse chão, sentimentos vão
Faz eu viajar, prum outro lugar
Meu caminho eu v

Jaboticaba, caju e amora
Pitanga, maracujá, acerola
Pera e fruta do conde
Pitáia não sei de onde
Goiaba, abacaxi e açaí

Dêia, deia, deia

Cará, aipim, vatapá
Jiló, chuchu, mocotó
Cará, carambola, bola lá