O galo cantou e o dia amanheceu
E todos os bichos arrespondeu

A galinha da angola
E o galo garnizé
O peru de roda
E até o chimpanzé

O porco no chiqueiro
O gatinho miando
E o boi no currar
Vira lata rosnando

O marreco na água
E a cabra pastando

Lá na mata tem um passarinho
É bonito da gente olhá
Ele canta, ele pula, ele dança
Bate asas querendo avoá

Sentei debaixo do cedro
Bem-te-vi começou a cantá
Recordei de um amor que perdi
Que foi embora pra não mais voltá, oi

Lá na mata tem um passarinho
É

Comprei um burro picaço
Com três anos mais ou menos
Na hora de dá o recibo
O tropeiro foi dizendo

Cuidado com esse macho
Esse bicho tem fama de ser perigoso
Por ter matado um peão
O nome do burro ficou criminoso

Joguei o lombio no burro
O macho se estremec

Morena, minha morena
Fale com sinceridade
Se você tem outro amor
Quero que use a verdade
Não me traga enganado
Não me faça essa maldade

Por vossa causa morena
É que eu vivo isolado
Este seu sorriso lindo
Me traz de canto chorado
Sei que mais cedo ou mais

Comecei há tempo a trabalhar na estrada
Com meu caminhão de dez tonelada
Um bom encerado de corda trançada
Com as ferramenta embaixo da almofada

Levo a minha vida sempre atribulada
Não tenho domingo, feriado nem nada
O meu caminhão é minha morada
Na sua cabina eu fa

No arraiá das curuja
Formaro dois cumbinado
O time do quebra dedo
E o time do pé rapado

A bicharada reunindo
Formaro logo seus quadro
Nóis fomos ver este jogo
Por ser um jogo falado

A bicharada pediu
Pro jogo ser irradiado
Pela estação do lugar
BRJ

Eu tinha um caminhão
Que a marca era Fenemê
Sem breque, sem buzina
Mas danado pra corrê

Fomos buscá uma vaca
Que era braba como quê
Ela era metida a besta
E deu trabaio pra trazê

Quando nóis vinha vortando
Eu fiquei desconfiado
Fenemê bateu num toco

Toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro Fino
De longe eu avistava a figura de um menino
Que corria abrir a porteira e depois vinha me pedindo
Toque o berrante seu moço que é pra eu ficar ouvindo
Quando a boiada passava e a poeira ia baixando
Eu jogava uma moeda e ele saí

Eu que não acreditava
Pra vê se era verdade ou não
Convidei meus conhecido
Meus parente, meus irmão
Com destino a Tambaú
Saímos de caminhão

Nós cheguemo na cidade
Os hotéis tava lotado
Havia gente que dormia
Pelo chão esparramado
E o milagre que nóis vim

Eu tinha dois bois carreiro
Cabuchito e Marrueiro
Eles eram os bois de guia
E no meio da boiada
Era a junta mais afamada
Que na fazenda existia

Eu mesmo era o carreiro
E não tinha candeeiro
Porque os bois era ensinado
Eu tinha grande alegria
Pois naquele

Aconteceu lá na mata
Um caso que eu muito senti
Contando ninguém acredita
Mas é verdade, é coisa que eu vi

Eu fiquei aborrecido
E por causa disso houve até morte
Até mesmo os passarinhos
Peleja com a falta de sorte

A mulher do João-de-barro
Gostava muito d