Em frente à televisão
É tola a preocupação
Joana não sabe se quer mudar,
Se prefere acreditar

Que no mar há tubarão

A rua de pedra, aqui é o chão
A enfermidade te trouxe aqui
Em pássaro branco eu vou morar
A fim de não me lembrar

Que no mar há tubarão

Ali, onde havia deus havia sol pra contornar
Ali, onde havia a nota ideal pra arrebentar

Não sei o que aconteceu
Quando é que foi que o céu cedeu
Estava só, somente eu

Perdi a fé e o combustível nuclear
Pra retornar

Não sei o que aconteceu
Quando é que foi q

Foi bem rápido
Não houve choro nem mais nada
É o que diriam os cientistas e os homens de pouca fé
Mas, cá estou, te observando pela sala
Eu só perduro no retrato que não consegues mais olhar

Eu sei que não me podes mais ouvir
Eu sei que nem ao menos quer lembrar
E e

Mereceu sem desculpa o destino cruel
Seu algoz dirigindo um antigo corcel
Furtou seu coração numa rua central
E vendeu num desmanche, ganhou um real

Percebeu que era apenas bobagem
Não ter as palavras pra entender
Que um olhar distraído
É arbusto pra fome esconder</

Eu andei errado
Eu agi errado
Eu já sei
Eu sou todo errado
E me perdi sem você aqui
Junto de mim
Nossos sonhos se perderam então

Eu não aguento mais
ficar sem você
Eu não aguento mais
olhar no espelho e me ver

E pensei que era pouco
Que seu amo

Acordou, estava só e lá a conta a pagar
Olhou no espelho viu seu rosto humilhado quis chorar
Mas não derramou uma só gota

Pôs a boca a gritar um belo lustre ele quebrou
Seu dinheiro, identidade, seus cigarros ela levou
Ele achou que amar assim era seguro
Que amar assim

Veja com os olhos bons
O que há de bom
O que há de som no tom

Ela trouxe os antigos olhos
Já gastos do tempo morno

Colheu pelo caminho o que valia a pena
Por saber o quanto era extrema
A necessidade de lhe deixar partir

Rangem os dentes da saudade
Voraze

Não faz mal
Ela ainda se demora
Vou esperar
Dando a mão pra levantar

E passo a passo sinto o corpo enjoado de viver assim
Simplesmente e só assim...
Me permito esquecer

Não faz mal
O remédio vai curar
Vou esperar
O efeito devagar

Me afastar mas h

Perambulou por entre os cômodos
Varreu com os olhos o pequeno quarto
Viu o homem que a escolhera tal qual um prato
Lavou todo o seu corpo daquela triste posição
Daquela podre imposição

Saiu sem avisar
Levando o que era dele
Experimentando uma breve ilusão
Não er

Faz parte, a vida vai
Meu corpo não se satisfaz
É pouco o tempo, eu sei
Eu sofro como bem sem lei

Causa-me dor deixar você partir

Faz parte, a vida vai
Meu corpo não se satisfaz
É pouco o tempo, eu sei
Eu sofro como bem sem lei

Causa-me dor deixar você p

Pegou seu sonho, desfez o encanto
Sem dó e sem clareza
Rezou à sorte, pediu alento
Em vão, a culpa espreita

Pegou seu sonho e foi adiante
Com dor e incertezas
Rezou à sorte, pediu acerto
Tirou do céu estrelas

E tudo foi apenas mesa
E um punhado de cervejas

O carnaval acabou e hoje é dia de alegria
Para aqueles que só choram em dias de folia
O carnaval acabou e hoje é dia de alegria
Para aqueles que só choram em dias de folia

A quarta-feira cravou os seus dentes de alforria
Vamos para a rua gritar, hoje é dia de cinzas
Per

Remédios, veio a transcender
Subiu ao céu em carne nada ou quase nada
Desfalcou o mundo
Deixou tudo feio
Se arrastou feito arco-íris
E dançou entre o céu e o chão
E eu fiquei a sorrir sem graça
E a morte enfim descansou

Remédios, veio a transcender
Subiu ao

Querida, doce Sadie,
Por que o céu é cinza?
Você ainda é uma criança,
Me diga, em qual esquina
A gente pode se encontrar?

Trocar ideias absurdas
Apenas ficar juntos
Só pra variar
Ficarmos sem assunto
Sem mais o que inventar

Querida, doce Sadie,
Por

Quantas cidades estão entre nós
Quantas crianças não dormem em paz,
Respeitando a noite voraz

Já faz um tempo que somos assim
Crianças se amando em pleno vapor
Mergulhando em vinhos merlot

São vicente com perigo
Pela frente sol a pino
E o meu coração em ebuliç

Paredes brancas de conchavo me fazem uma tocaia
Ouço gatos lá de fora em orgasmos barulhentos
Será que eu desvirei os chinelos antes de deitar?
Eu sei, já me diriam, deixa de superstição

Panelas na cozinha, são fantasmas ou famintos?
Devo escolher cubro os pés ou a cabeça

Você tem um tempo hoje
Te acompanho num cigarro
Me acompanhe até onde der

Vamos à metade que é tudo que nos é
Vamos à metade que é tudo que nos é
Permitido

Voaram de cá pra lá
Por sobre o pavor de descobrir
Que estavam ali no chão

Fez bem de não tocar em nada
Contou seus passos até em casa
Quis matar aquele que mexeu em suas coisas
Aquele que lhe fez contaminar

Espero o sangue, pois de nada vale a água
Mais vale a dor que me castiga e redime a alma
Quis voar pra bem longe dessa angústia
Pra b