Nostalgia ficou pra trás
Tem uns tetos que não dão mais

Anda cansado demais
Mesmo sem trabalhar
Tantos prédios e o sol quente embaçam sua visão
E por que não dizer que se acostumou?

Acho que cansei

Um dia sonhei: Estavam todos enlouquecidos
Quando acordei, acontecia algo parecido
E eu que sempre procurava um porquê
E eu que sempre procurava entender
Me dei conta

Nem sempre não ter sentido é ruim
Mas eu nem sempre pensei assim

Eu te ouvi com atenção, amigo
Falar sobre as sombras
Que a gente não vê, só sente

Você e eu somos poeira
Então por que continuo a lustrar meus móveis
Espero que me convença
A não ter mais medo de pensar na morte

Anestesiado pela ignorância do meu próprio fim

Não sou mais covarde a ponto de me explicar
Não sou mais covarde a ponto de me entregar
Vou sair da ansiedade

A auto-afirmação matou nós dois
Tudo era tão lindo e também tão sujo
Quem vai sorrir por mim
É quem vai rir de mim?

O sol segue entrando pela janela
Os dias passam mais depressa
Tudo passa tão depressa
E a calmaria não existe mais
Nem dentro da minha cabeça

<

Bota um disco pra ouvir
Mais um dia chato, e eu nem notei
De quem nós vamos rir
Aponta o dedo, você sabe o jeito

Fale o que preferir
Tua voz me acalma, quando eu não tô bem
Chama pra subir
Mais um dia quente
E eu nem me importei de não ver o mar

Olhar pra

Em meio a tantas paredes brancas
Eu também senti o desconforto e vi que não é exagero seu
Tantos quartos e pessoas amontoadas
Mas seus olhos ainda brilham
E ofuscam o medo da solidão

Em tempos onde tudo tende a piorar
Eu sei que fiz o mais difícil
Em tempos onde tud

De tanto dormir mal
Parei de reclamar
Lembrei de aceitar melhor as coisas
Que não dão pra evitar

Pra sair da ansiedade

Porto alegre, eu fiquei
Mas ainda não sei bem o porquê

Talvez por medo, talvez por paixão
Talvez por apego, talvez

Mas se eu estou aqui
Me mostra o melhor de ti
Então se eu estou aqui
Mais uma chance pra se redimir

Não posso mais atar as minhas próprias mãos

É estranho ir tão fundo assim
Tem pelos brancos na sua cara
Depois de tanto tempo
Depois de tanta convivência

Nada me paga um homem frente ao outro
Conversando e se olhando na cara
Livres de qualquer ameaça

Vou voltar já de manhã
O voo é às seis, eu deixarei
De ouvir o som dos desesperados
Chego em Mafra já são três da tarde

Irmão me perdoe
Eu não quis ficar tanto tempo longe de vocês
A nossa convivência sempre foi tão fácil

Quintal

O filho chora discretamente<

Se isso vale pra vocês
Dizer o que vai acontecer
Eu quero tentar, só tentar

Eu sei que o que eu vou fazer
Vocês já fizeram antes de eu nascer
Mas quero tentar e tentar

Degustar outras sensações
Novas percepções
E observar a selva de pedras
Que envolve todo

Tenho andado meio distraído
Saindo sem me despedir
Ocupado e sem passagem
Pra ter preciso não sair

Porque onde tu vê beleza eu vejo uma grande bobagem

Me desentendo com o calendário
Já as contas sempre vem me alertar

Me surpreendo com os meus amigos
Mas quas