Vô contá o que aconteceu
Lá no bairro da Dobrada
Uma formosa mocinha
Ali foi assassinada

Se chamava Mariquinha
Sobrenome de Louzada
Sua beleza sem iguár
Era ali muito estimada

Rapaziada lá do bairro
Tinham ela intencionada
Ela não dava importância

Eu vi um sabiá cantando
De manhã numa fruitêra
Me alembrei da moreninha
Da moreninha facêra

Eu tive na casa dela
Véspera de segunda-feira
Entretido num joguinho
Jogando bisca mineira

Nisso tudo acontece
Das moça namoradêra
Nóis estava conversando
E

Ai, o Brasir está perdido
Já faz de quarqué maneira
Agora home casado
Namora moça sortêra

Ai, estas mocinhas de agora
Nova já são casadêra
Ai, com a força da mocidade
Cresce que nem bananêra

Ai, bobo do rapaz que casa
Que se foi em grande asnêra
Despoi

Inventei essa modinha, ai rai
Quando era bem mocinho, ai rai

Lá no bairro adonde eu moro
Tenho uma namoradinha
Não namoro brasileira
Eu namoro a italianinha

Fui passear na casa dela
Um dia de tardezinha
Me levou no seu jardim
Pra nóis apanhá rosinha

Era uma vez um corvo
Um queijo tava comendo
Era um queijo gostoso
Inté tava rescendendo

A raposa sentiu o chêro
Ela já ficô querendo
Ela viu o corvo no ar
Ficô co beiço lambendo

Pois bom dia, amigo corvo
Como você vai passando?
Mas que corvo mais bonit

Por um agradinho seu
Eu faço as coisa que eu não fazia
Vou pegar o Lampião
No sertão lá da Bahia

Ai, ai, ai
Moreninha ai, ai
Vou pegar o Lampião
No sertão lá da Bahia

Por um risinho seu
Acabo com quarqué festa
Esparramo o povo com bala
Atiro em gen

Um violeiro pra cantar gostoso
Cantar doído e com sentimento
Precisa ter a sua vida
Com prazer e o sofrimento, ai

Se a gente consegue um amor
Um amor que muito se queria
A gente faz verso bem bonitinho
Cheio de graça e alegria, ai

Se o zóio grande de uma moren

Que moça bonita, linda de feição, ai
Carinha de rosa enquanto é botão
Pode ficá certa que eu tenho intenção
De na despedida apertá vossa mão

Não fique tão triste, não tenha paixão, ai
Não quero que chore o meu coração
Que moça bonita já desmerecero, ai
Em tão pouco

Eu não posso me esquecê, ai meu bem
Até hoje eu me alembro
Lindo passeio que eu fiz, ai meu bem
Dia doze de setembro

Saí de Piracicaba, ai meu bem
Com viola, caixa e pandeiro
Pra fazer esta gravação, ai meu bem
Aqui no Rio de Janeiro

De lá da Estação do Norte,

É só eu pegá na viola
Me vem a recordação
O tempo do meu sitinho
Que tudo era bão
Ai, que tudo era bão

Cada vez que me alembro
Me corta o meu coração
Até hoje ainda eu sonho
Com as planta e as criação
Ai, com as planta e as criação

Eu tinha vaca de lei