Abacateiro real
Soberano no Sol
Ensinando a viver
Apesar desse mal
Que insiste em roer

As profundas raízes
Que te fazem crescer
Apontando para o céu

Aprendi com você
A brotar se chover
A sugar desse chão
A fazer fundação

E a dar de comer

Lembro do gosto velho
E do cheiro forte
Amarelo amargo
Vida que corre em riste o atalho corte
O elo entre o prego e o martelo
A dor da morte, a saudade é sorte
Amarelo amargo

Firme o solo eu rego
E eu broto fonte
Amarelo amargo
Vide o ase viste negro

Ouvi dizer
Que era amor pra dar
Quando vi
Era amor pra vender

Ouvi dizer
Que era amor pra dar
Quando vi
Era amor pra vender

Eu não tenho como lhe comprar
Mas eu posso lhe oferecer
Eu não tenho como lhe comprar
Mas eu posso lhe oferecer

Um amo

Vem me regar mãe
Vem me regar
Vem me regar mãe, êa
Vem me regar

Todo santo dia
Pois todo dia é santo
E eu sou uma árvore bonita
Que precisa ter os teus cuidados

Me regar mãe
Vem me regar
Vem me regar mãe, êa
Vem me regar

E ando sobre a terra<

Eu não sei dizer da inveja que eu sinto
Dessas folhas que caem em teu colo
Na praça Paris

Que era o meu lugar, lugar de ser feliz
De esquecer você, você e o que te fiz
Mas, vendo a folha cair, eu só posso pensar:
Como eu queria estar ali...
Como eu queria estar ali!

Separei as tuas
Coisas das minhas
E você não sabe
Nem sequer adivinha
Até duvidaria
Do que encontrei
Uma caixinha pequena
Toda colorida
Com todos os poemas
Todos os problemas
Todos os lemas
Que um dia tentei
Inventei
Pra te resignar
Pra te

Enquanto a cidade
Dorme
Vejo a janela
De um homem
Sem luz

E pela ventana
Fria
Esse homem
Chia
E chia
E chia
E chia
E chia

E quando chora é
De alegria
E quando sangra é
Só mais tinta
Que quando pinga
Que quando pinga

De manhã cedo
Tem sempre um risco
Com a cara do medo
Com a cara do medo eu fico
Com a cara do medo
Com a cara do medo
Com a cara do medo eu fico

Sei um segredo
De meio fio
Um corpo vazio
Sentado e sentindo frio

Metade do rosto
Pintado de roxo d

Toda a tua demanda tem nome
Mato a tua sede
Acabo com tua fome
Mas isso que me ofertas
Sem pedir moeda
É fonte que não seca
É coisa que não chama
É o sonho dos poetas

É como a neve no atacama
A fé das rezadeiras
É trégua, lama que toda a forma toma
M

Os automóveis estão invadindo
A simpli(s)cidade
Enquanto a gente se arrasta
Eu prefiro isso aqui
Os automóveis são livres e agora
É preciso coragem
Olho meu rosto no espelho
E depois vou dormir

Entre as flores escondidas
Do riacho
Por debaixo do que der<

Vinha caminhando só porque só sou
Eu e meu cavalo de ferro, entre prédios
Eu e meu corpo fechado
Meu bolso embaçado, a minha fala arrastada
De quem não sabe dizer direito
Das coisas do peito
Eu e meu corpo entrelaçados

Na cidade, não no interior
Na cidade não, n

Eu nem ligo
Nem esquento a cabeça
Vou com força nas coisas
Que eu quero e devo fazer
Eles querem que eu
Me aborreça, estremeça
E me prenda nas cercas
Do seu circo mortal

Eu prossigo
E não perco a cabeça
Vou traçando as palavras
Como eu quero e devo t

Nosso bloco passou meu amor
Somos dois gatos pingados
O dia de azul já raiou
Dois foliões
Frevo rasgado

Então me abraça, me beija
Que seja
Vamos já quebrar esse tédio
Porque pra quem no espinho
Da rosa do amor se arranhou
O carnaval é remédio

Me zo

Sempre por onde eu passo
Um café um beijo e um abraço
Sempre por onde eu passo
Um café, um beijo e um abraço

Ontem, no Largo do Machado
Um café, um beijo e um abraço
Ontem, no Largo do Machado
Um café, um beijo e um abraço

Fica tudo tão mais fácil
Fica tud

Qualquer canção
É mera coincidência
No vão
Entre o som
E o silêncio
Que eu quero cantar
Silêncio
Que eu quero cantar
Silêncio

Mesmo eu querendo ficar
Acho que eu devo partir
Acho que eu devo saltar
Mesmo que eu possa cair
Acho que eu vou cime

Ritual de criança é olhar pedra e ver água passar
Ritual de criança é olhar pedra e ver água passar
Compromisso com a falta de tempo
Com o sopro do vento e a dança dos galhos
A dança dos galhos

Ritual de criança é olhar pedra e ver água passar
Ritual de criança é olhar

A minha voz
Sendo amplificada
Mal gravada, desafinada
E mal dizida

A minha palavra de aço
Dessoldada
Desdobrada, enferrujada
E carcomida

Feito carne envelhecida
Ultrapassada
E fora de medida
Feito as coisas dessa vida
Ultrapassagem
Em hora

Minha raiva me ensinou uma regra básica na vida
Se você não souber lidar comigo você vai
Morrer mais cedo, morrer mais cedo
Minha lágrima de dor morre em seguida
Minha lágrima de dor morre ali

Ai amor
Quem diria, quem controla a dor
Ai amor
Ai amor
Quem diri

Não reconheço mais o meu coração
Mas não que ele se recusasse a bater
Nem faço questão de lembrar dos teus desacatos
Nem de outras mulheres que eu vi com você
Você me sugou e me deixou cansada
E se esconde em palavras de me querer bem

E assim como o tempo um motor ao re

Nosso amor morreu tão cedo
Durou o tempo exato da agonia, do Tancredo
Foi pro espaço muito além do jardim
Desafinou, quebrou o instrumento

O nosso amor não teve medo
Foi fulminante como um raio em noite, violento
Em tão pouco tempo e tão feliz quanto um sim
Um desaf