Olhem, olhem, olhem
Elas rodopiam
Sob a Lua cheia
Sob a lua vazia

Damas com musgos nos cabelos
Fazem bruxarias a noite
Olhem, olhem, olhem
Elas rodopiam
Mudando por acaso
A casual manhã

Ó pequenas feiticeiras de Angola
Dispersas ao sonhar
Prope

Quando criança eu via como criança
Quando criança eu pensava como criança
Quando criança eu sentia como criança
Quando criança eu agia como criança

Tudo ao meu redor diz que eu cresci
Já não sou mais como era antes

Devo deixar de agir como agia
De pensar como pens

Cirá, cirá, cirá, ciranda
Uma ciranda para a lua
Cirá, cirá, cirá, ciranda
Uma ciranda para a lua

Minha casa fica ao longe

Lugar distante
Colinas do ser
Tenho andado meus sonhos
Chuva na cabeça
E pedras nos pés
Palavras são palavras nada mais
Ditas ao vento sem olhar pra trás
Você deixou de sentir
Se perdeu no olhar vago dos homens

Pequenas mulheres fantasiadas de flor
Saídas de casulos entre as árvores
Dão boas vindas ao jardim onírico

Pelo caminho
Homens de lã
Seu grilo pastor
Almejam as colinas das anãs que no toque

Na escolha cega de um embrulho de dados
Jogo a descoberta ao acaso

Monstro de ferro entrelaçado
Ao prédio em planícies
de grilhos flutuantes
Eu fugindo desses lobisomens

Monstro de ferro entrelaçado
Ao prédio em planícies
de grilhos flutuantes
Eu fugindo desses lobisomens

Me dêem asas, mas tirem meus pés
Me dêem asas, mas

Quando chega o momento
Que não tenho nenhuma paciência;
Pra ter paz na minha mente, insanamente,
Verdades e mentiras se misturam.

Todos os dias é algo e estou
Sempre sozinho me acabando por você
e ainda acha engraçado,
Mas não se esqueça que também
Está se acaba

Dizem para mim o que posso fazer
O que pode ser feito
O que não pode ser
Mentem para mim que eu tenho as escolhas
Que dessa escolha depende meu fim
Nunca sei o que é certo
Falam como é certa a vida
Como se eu não pudesse enxergar
Logo apontam para mim quem eu devo

Enquanto teus amigos lhe diziam: "apareça mais tarde".
Você nunca que podia e agora apareceu de dia e que dia.
Já estão completos os times de futebol,
Não cabe mais ninguém na mesa do bar.

E tudo isso por causa de um compromisso ilícito.
E tudo isso por causa de um compromi

Uma semente caída em solo
Numa manhã de outono
Fica ali

Me diz
Por que as estrelas são assim?
Ou tristes pontos de luz
Ou furos num papel veludo azul

Me diz
Por que os homens não tem asas?
Anatomia perfeita de corpos e carne
E uma muleta chamada deus</

Lamparina, ilusões sobre nossas cabeças.
Filhos, ritos, guardiões, procissões nos terreiros:
Que os latidos de cães denunciam primeiro.
Afastando demônios como ser sacerdote;
Confiando na vida; esquecendo o medo,
Mais longe profundo pra além do absurdo,
Se julga o mundo n

Levei meus sonhos
Numa valise de mão
Viajei no tempo
Sem direção

Pra que ficar aqui?
Por que pedir perdão?
Você me negou o direito do sim
Me libertou com um não

A minha história não será mais um refrão
A cada passo uma lição de coisas novas
Nessa est

Só estou esperando
A vida passar
Vendo mais um dia que se vai
E às noites venho estar
Por aí
A me entorpecer

Procurando maneiras de entender
Onde está, onde está...
Razão do meu viver
Onde está, onde está...
Alguém pra me dizer

Eu gosto de ver você

Tijolo por tijolo
Chegamos a prédios arranha-céu
Na tela da TV
Vietnan pop-star
O Iraque via-satélite não nos deixa inalar
O cheiro doce, salgado,doce
Do sangue da visão que nos permite enxergar, olhar, jantar
Da sacada vejo os fogos de artifício,
Parecemos feste

Não pode ser minha vida
Que olho pela janela
Não pode ser minha vida
Também não pode ser morte
Recortes da minha história
Pedaços de uma memória
Não pode ser minha vida
Também não pode ser outra
Não estou dizendo não quero
Mas é difícil aceitar
Noites perd

Quem vê você feliz assim
Não diz que nosso amor chegou ao fim
Ainda não sabe que nós dois seremos
História pra depois
Pra mais tarde ser cantada
E encenada pela atriz e o trovador
Eu não sou nenhum ator pra fingir felicidade
Eu sou cantor, vou cantar minha verdade

(Neste contexto pós-moderno, a única certeza a imprecisão.
Verdades e mentiras nos prendem feito teias.
Cibernéticas conexões anexadas ao bando de dados do coração pulsante de informações: internet)

Tijolo por Tijolo
Chegamos a prédios, arranha-céu
Da tela da tv, Vietnã, po

E quando a gente não quer mais ver o por do sol?
E quando a gente não quer mais ao ver a luz da lua se apaixonar,
Saindo pela rua pra namorar?
Toco a mesma corda milhões de vezes pra você ouvir,
Canção mais feia que eu fiz.
Canto a mesma coisa, porção de melodias tortas,

Era frágil nossa casa
De amor
Que um vento batedor de folhas secas
Desabou
Levou de um sopro só toda mobília
E ardor
Ficou nem marca de concreto
Na areia
Ficou mais lento o sangue
De nossas veias
E não passou de um susto
E calafrio
No piscar dos po