O soluço a persegue
As mãos tremem
Os olhos pesam
E o estômago revira-se em segundos
Todos olham, se enojam*
Outros secretamente a idolatram
Alguns lamentam
Poucos tentam compreender

Ela passa
Se arrasta pelos cantos*
Se apóia*
Pelos muros a caminho

Depois de um longo dia de trabalho eu quero te encontrar
Eu subo as escadas toda tensa e tento me acalmar
Me sinto brasileira como nunca e na sexta eu vou pro bar
Cerveja bem gelada, caipirinha e a branquinha pra abraçar

Ahhhhh! Se todo branco fosse assim
Ainda assim eu ia

Meu coração está colado, partido
Minha cola é você
Mas descobri isso muito tarde
E agora o que eu posso fazer?

Você me mostra um caminho sem sentido
e me deixa alucinada
Você me salva desse mundo
E agora eu estou viciada

E agora eu estou viciada
Aloprada,

O som do violão rola quando estou mal
Ou me sentindo um animal irracional
O som do violão ao lado da fogueira
E quando a noite cai é só bebedeira

Tá frio pra caralho mas o álcool me esquenta
E o fogo se aproxima cada vez que venta
Me deixe um pouco quieta com o meu isol

O silêncio é a arma do medo e do segredo
Uma palavra não dita
Um sonho sendo esquecido

A onda veio e apagou
Todas aquelas frases
Aqueles nomes.

Os significados se mantiveram

Mas os sentidos estão fracos
Visão, audição, tato

Mas a memória e está fraca

A noite é fria
As flores são mórbidas
Somadas às horas que a lua observa sem sentir

O corpo é tenso mesmo em repouso
Pois a mente vaga por caminhos livres
Levemente lava a mente
Livre para pensamentos a todo instante

O mistério presente em movimentos e olhares

Me mate se puder
Me odeie se quiser
Me perdoe por meus sonhos
Me deixe se puder
Me perdoe se quiser
Espalhe meus segredos pelo mundo

Não consigo me lembrar de tudo que eu fiz
Mas eu não vou me entregar
Posso fuigir
Posso gritar
Sei que não vai adiantar</

É claro que eu quero sair do desespero
ter uma vida boa e ganhar muito dinheiro
É clari que eu quero viver me divertindo
sair com meus amigos e estar sempre sorrindo
É claro que eu quero voltar ao passado
dizer tudo aquilo que ficou engasgado

Mas vivo esquecendo dos meu

Pelas ruas da cidade vejo nojo, caos e anjos perdidos
Uma geração em martírio buscando um pouco de alívio
Tentando achar um culpado pela desgraça do mundo
e fugir de uma sociedade doente onde nada mais é absurdo

Uma menina acorda na madrugada
com algo quente em suas mãos