Ontem você dançou aquela dos Strokes
Uma conexão estranha que oscila a 1.6 hertz
E o pico da colina me lembra o gosto teu suco
Dois corpos ocupando o mesmo espaço
Dividindo o mesmo neurônio afetado

Triste o efêmero
Que me obriga a sempre colher essas flores de neon

É sempre sorte em decifrar
Teus lábios de luar
Me enganam como um trem devagar
Na estação do verão

Olhos vermelhos na noite cinzenta
Seus pais te tratam como uma criança nos anos 50
Mas nós já estamos velhos demais
Pra sonhar com a diversão
De nunca ter que lida

Ontem a noite, o frio era um mistério
As estrelas brilharam mais que o normal
Os carros buzinavam no mesmo tom
O fim perfeito de um ritual

O nosso papo fez tanto sentido
Uma tese embriagada atemporal
O fim do mundo sempre é um adeus
Com gosto de um veneno mortal

Eu só tento quebrar o gelo
Como você foi deixar
Eu passei o verão inteiro
Rezando pro sol acabar
Paraísos viram pesadelos
Quando você corre pro mar
Escadas feitas de alvenaria
Olhares curtos de água viva
Lobos se perdem dessa matilha
Nossos corpos se entrelaça

Eu me olho no espelho, meio turvo, só tentando imitar
Aquela faca que me suja de poeira estelar
Poemas de rodoviária fazem o vidro embaçar
Passos de dança de voodoo, fazem meu peito chiar

As luzes desse quarto lembram meus delírios diários
Pra ser Van Gogh você tem que ser

Garota cósmica, veja o celular
Batidas na porta como o vento em Alcatraz
O brilho da noite, na Avenida Juscelino, é sempre um risco
Dia sim, dia não, tudo bem, tudo em vão
Como um troféu empoeirado na sua coleção

E eu não espero
Tentar te encontrar
A meia-noite no b

Só precisamos de um motivo para estar fora dessa
Não me olhe com essa cara de de isso não é festa

Ambos estão sorrindo, será que as coisas vão bem?
Apenas amigos, me encontra antes das 3
O que chamamos de escolha?
Quando estamos prestes a viajar
Pegue suas coisas, ou se

Pernas pro alto, isso é um assalto
Eu vim roubar seus planos pro verão
Seremos nós dois sem planejar o depois
Em qualquer reflexo de conveniência
Suando frio sem um pingo de decência
Mandando a merda qualquer agente do sistema
Qualquer alívio é uma pena

Toda vez que

Perfume francês
Beba de uma vez
Um Leão cansado
De tanto pecado
Vultos nos seus olhos
Marfim prateado
Esferas polidas
Saindo do espaço
Não somos gente grande
Mas somos descolados

A chuva dentro dos seus
Principais medos irracionais
Se encontram j

Voltas que não vão voltar
Horas que não vão passar
Voltas que não vão voltar
Nós precisamos parar de apostar
Em beijos frios e diversões, tão baratas quanto nós dois

Ambos temos culpa desse momento que chamamos de relação particular
Vamos lá pra casa, já está tarde

Nos sótãos esquecidos
Nos verões de amor
Perfumes vencidos
Exalam euforia
Trocam seus vestidos
Por fogos de artifício
Cacos de poeira
São brisas de vidro

Hoje os faróis dos carros não vão me iluminar
Quem sabe, quem sabe

Os vultos que não te deixam dor